quarta-feira, 16 de outubro de 2013

SE EU PUDESSE COMPRAVA A MOCIDADE
NEM QUE FOSSE PAGANDO À PRESTAÇÃO.



Nesse mar de ilusão em que navego
Já nem sei a porção de tantas milhas
No meu rosto são tantas as carquilhas
Pelo acúmulo dos anos que carrego
O vigor já se foi, isso eu não nego
Aumentou a glicose e a pressão
E quem sente o que sinto tem razão
De dizer num momento de saudade
Se eu pudesse comprava a mocidade
Nem que fosse pagando à prestação.

Do meu tempo infantil estou distante
Assim como da minha adolescência
E o tempo malvado sem clemência
Só me deixa mais velho a cada instante
Quem já teve o tamanho de um gigante
Ora está bem menor do que um anão
Meu problema já está sem solução
Porque tudo que sofro é mal da idade
Se eu pudesse comprava a mocidade
Nem que fosse pagando à prestação.

Do outrora feliz só as lembranças
Disfarçadas na face, como rugas.
Sem que haja uma chance para fugas
Só me resta amargar desesperanças
A velhice me trouxe como heranças
Dissabores e até desilusão
Lentamente prossigo em direção
Dos que vão habitar na eternidade
Se eu pudesse comprava a mocidade
Nem que fosse pagando à prestação.

Se eu pudesse voltar quarenta anos
Pra ao mundo dos jovens ter acesso
Bem contente faria esse regresso
Pra viver plenamente novos planos
Só assim afastava os desenganos
Que contidos na mente agora estão
Mas estou consciente de que não
Voltarei a viver aquela idade!
Se eu pudesse comprava a mocidade
Nem que fosse pagando à prestação.

Pra de novo ter esse recomeço
Retornando outra vez a juventude
Ser robusto com força e com saúde
Sem pechincha pagava qualquer preço
Porém eu sou sensato e reconheço
Que isso tudo não passa de ilusão
Ninguém vai trafegar na contramão
Pela estrada da Santa Divindade.
Se eu pudesse comprava a mocidade
Nem que fosse pagando à prestação.


Carlos Aires

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