terça-feira, 8 de outubro de 2013

BARREIRO VELHO QUERIDO.


QUANTA SAUDADE
DA TUA ÁGUA FRESQUINHA, DOS BANHOS DE TARDEZINHA,
DOS SAPOS LINDA TOADA.
NO TEU ENTORNO
ALGUNS PÉS DE BANANEIRA, CAPIM SANTO, ERVA - CIDREIRA
CHEIRO DE TERRA MOLHADA.

TEMPO DE CHUVA
O TROVÃO RONCA NA SERRA, A ÁGUA EMBEBEDA A TERRA
A ENCHURRADA ENCHE TUDO.
COM POUCO TEMPO
AO CAMPONÊS VOLTA A MÁGOA, DE QUE SERVE TANTA ÁGUA
SE O BARREIRO É TÃO MIÚDO?

NA INVERNADA
TODO MUNDO ESQUECE A SEDE, A ÁGUA LAVA A PAREDE
DO BARREIRO TODO ANO.
A LAVADEIRA
ESTENDE A ROUPA NO CHÃO, CANTA XAXADO E BAIÃO
NA PEDRA BATENDO PANO.

COM TANTO TEMPO
A SAUDADE NÃO SE ACABA, DE PESCAR UMA PIABA
OU TIBUNGAR NO PORÃO.
ERA DE PRAXE
EM RESPEITO A JESUS, FAZER O SINAL DA CRUZ
PRA PULAR DO PAREDÃO.

LINDA MATUTA
PARECENDO UMA CONDESSA, COM UM POTE NA CABEÇA
CANTA ENFEITANDO OS CAMINHOS.
E A ORQUESTRA
DE SAPOS QUANDO ANOITECE, DÁ UM SHOW QUE ATÉ PARECE
GONZAGÃO E DOMINGUINHOS.

TEMPO GOSTOSO
DE UMA LINDA JUVENTUDE, QUANTA PAZ, QUANTA SAÚDE
SOSSEGO E FELICIDADE.
EU SINTO AGORA
QUE A DOÇURA DO BARREIRO, VIVE ACOMPANHANDO O CHEIRO
DESSA GOSTOSA SAUDADE.

aldemaralves

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