sexta-feira, 18 de outubro de 2013

RETRATO DA MINHA TERRA

 
Tá no cabo da enxada
Na estaca dum mourão
Naquele pau de galão
Com lata dipindurada
Tá na sombra da latada
Tá na páia do coquêro
No claro dum candiêro
No barro dum pé de pote
Ta no estalo do chicote
E no aboio do vaquêro.


No chêrin daquela terra
Assim quando a chuva cai
O Sol se amoita e num sai
Se esconde por trás das serra
Nada mais num se emperra
Fica tudo bem bonito
Desde o boi inté o cabrito
Dos cachorro a gataiada
Homi, véi, muié safada
De feliz se oiçe os grito.


No sabor de uma aguardente
Tomado de uma lapada
E com a careta armada
O caba até trinca o dente
Debaixo dum solzão quente
O matuto, o beradêro
Nordestino, Brasileiro
Se apruma e sai andando
De feliz cantarolando
Pelo mei do tabulêro.


Tá também é na vivênça
Do povo batalhador
Que sempre com muito amor
Respeita as suas crença
Que sempre que pode pensa
Nas vida tal como é
No povo que tem sua fé
E em todo tipo de santo
E tanto alegre ou em pranto
Sabe bem o que é que quer.


Tá na cara estampada
Toda a fome e a pobreza
Tá na vida sertaneja
Em toda seca enfrentada
Na lavoura castigada
Tá na aridez do sertão
Na esperança do povão
Tá nesse calor ardente
Tá no olhar sempre pra frente
E no amor por esse chão.

FRAGMENTOS DO CORDEL DE:
Paulo Cesar Dantas - DO blog Peleja de paraibano

DO BLOG JATÃO VAQUEIRO:
ESSE É O RETRATO
DE MINHA TERRA NATAL
MINHA QUERIDA UMARIZAL
NA CIDADE OU NO MATO
MESMO NUM CALOR INGRATO
GOSTO DO MEU TORRÃO
DESDE O TEMPO DE GAVIÃO
QUE ERA SEU NOME DE OUTRORA
EU FALO AQUI SEM DEMORA
NÃO ARREDO PÉ DESSE CHÃO

TEXTO: JATÃO VAQUEIRO

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