quarta-feira, 4 de setembro de 2013

FORRÓ NO INFERNO

Bira um cabra ruim sem confiança
Certo dia faleceu
pro inferno ele desceu
E lá chegando achou estranho
Pois um forró sem tamanho
Comia no salão fervente
Tinha mais quenga que gente
Umas nêga boa e sem desdém
E sem contar que lá também
Era de graça a aguardente

Ai Bira se animou
Dançou, deu chero em cangote
Levou cancão nos malote
de morena ruiva e galega
Eis então que o diabo chega
E a coisa melhora mais
pois lhe falou o satanás
- Se acaso tu quiser
Pode escolher qualquer muié
E levar prum quartim lá atrás

“Eita inferno curado” pensou bira
Putero bom assim num tem
Sem gastar nenhum vintém
Vou meter foice na mata
Levou pro quarto uma mulata
Tirou sua roupa na dentada
Com as perna dela arreganhada
Ele ficou todo assustado
Pois no lugar do danado
A nêga num tinha nada

Bira correu atordoado
Pensando tá confundido
Das outras baixou os vestido
Tendo o mesmo resultado
Tudim tinha o troço tapado
E Bira doido pelo xeim ein ein
Disse ao diabo: Cabra do bem
Eu tou pior que jegue penga
Mas percebi que essas quenga
Os xibiu elas não tem

O cão disse: Homi num reclame
Cheirasse cada avião
Num gastasse um tostão
As dança foram de graça
Do mermo jeito a cachaça
Ai fiz isso não pra ser cruel
Mas se tem xibiu esses pitéu
Como estás a reclamar
O nome desse lugar
Invés de inferno era céu
Jefferson Desouza (CORDEL)

Um comentário: