segunda-feira, 6 de maio de 2013

PELO RABO DUM JUMENTO!


Minha Bolsa, Minha Casa, Minha Vida
Nem o PAC alterou esse perfil
O Nordeste quase fora do Brasil
Numa saga para sempre esquecida.
No sertão falta água e sobra lida
Falta tudo que seria instrumento
Para o homem garantir o seu sustento
Nesse mundo batizado de campestre
MUITO TRISTE É O PROGRESSO DO NORDESTE
ARRASTADO PELO RABO DUM JUMENTO.

Os governos não encontram um programa
À altura da questão estrutural
Ninguém olha o problema principal
E assim não se tem um cronograma.
As promessas vão ficando como trama
Mesmo sendo na forma de juramento
O Governo que parece muito lento
Na verdade só enxerga o Sudeste
MUITO TRISTE É O PROGRESSO DO NORDESTE
ARRASTADO PELO RABO DUM JUMENTO.

A vaquinha atolou... morreu na lama
Onde a chuva se esqueceu de desaguar
Outros bichos não conseguem mais andar
Completando os contornos desse drama.
Lá nas praias o Nordeste tem a fama
Mas na roça só existe o sofrimento
E de praia não se tem sequer o vento
Sendo a fome muito mais do que silvestre
MUITO TRISTE É O PROGRESSO DO NORDESTE
ARRASTADO PELO RABO DUM JUMENTO.

Nem feijão, nem arroz e nem galinha,
Nem farinha passa perto da panela
No campônio é visível a costela
Onde o corpo encolheu e desalinha.
Os políticos já estão em outra linha
Abraçados com um gordo Orçamento
Pra turismo e pra coisas do momento
E o Sertão é reservado para teste
MUITO TRISTE É O PROGRESSO DO NORDESTE
ARRASTADO PELO RABO DUM JUMENTO.



Silva Filho

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