quarta-feira, 27 de março de 2013

O PROFETA

VIDA DE PROFETA NO SERTÃO SEMIÁRIDO DO NORDESTE BRASILEIRO


No momento, meteorologicamente falando, tudo está turvo, disse um profeta! Contudo, o mesmo profeta diz: nada impede de em segundos ocorrer as necessárias mudanças de tempo. As condições presentes, em breve, podem ser transformadas... Folhas secas, vistas caídas ao solo, na presença da água da chuva, podem se decompor e devolver ao solo os nutrientes essenciais às plantas e promover toda condição de estresse ao total desenvolvimento delas.
O profeta sempre acredita que a tristeza pode ser convertida em alegria. O profeta se distancia do meio do povo e firma o seu olhar ao céu, inclinando o pescoço, sente o prazer de observar as formações das nuvens e o tocar do vento em suas pernas, ascendendo todo seu corpo, em todos os orifícios da epiderme. O profeta observa o sol, a lua, as estrelas, a aflição dos animais, levando todas essas observações para o seu cérebro e, daí, meditando e tirando suas conclusões meteorológicas.
O profeta do sertão sempre amanhece com aquela necessidade de renovar suas esperanças e seus estudos meteorológicos. O profeta acredita na construção da casa do joão de barro, acredita no castigo e no milagre também. Segundo o profeta, o castigo não é nada de rancor de Deus com o homem, mas apenas um corretivo. O profeta fica entusiasmado, contente e encantado com o homem do rádio ao cantar o refrão da música: "A Triste Partida", sublime composição poética de Patativa do Assaré, interpretada pelo nosso profeta maior LUIZ GONZAGA.
Seguindo outras profecias, o profeta, o poeta pergunta: cadê o chocalho? Cadê o berro? Cadê os bichos de caça? Cadê os cânticos dos pássaros? Ao sentar as nádegas sobre uma rocha de granito super aquecida em uma curva do morto Rio trapiá, com apenas um saco de estopa sobre sua cintura pélvica, o mesmo de antes, e, ao observar o movimento das borboletas de diversos tamanhos e cores o profeta diz: os homens não merecem, mas por outras razões, as conversões meteorológicas vão acontecer e vai chover no sertão.
José Roberto de Sá. Natural de São José da Lagoa Tapada (PB). Engenheiro Agrônomo (UFPB). Doutor em Nutrição de Solos (ESAL). Poeta e Escritor. Autor do livro “A Química do Pensar”, publicado pela Fundação Vingt-un Rosado/Coleção Mossoroense..
Via: isaacarawjo.blogspot.com.br

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