sexta-feira, 15 de março de 2013

José de Sousa Dantas glosando o mote: Vejo o corpo da terra se queimando na fogueira da seca nordestina

O barreiro tá seco esturricado
não tem água no açude e na barragem
só tem nuvem cinzenta de estiagem
todo eito do campo está pelado
não existe alimento para o gado
o cinzeiro no espaço faz cortina
foram embora meus galos de campina
e os que ficam não estão cantarolando
Vejo o corpo da terra se queimando
na fogueira da seca nordestina.

Falta rama no pé de juazeiro
não tem pasto na roça e no baixio
na vazante do açude e nem do rio
não tem sombra de angico e de pereiro
já morreram mofumbo e marmeleiro
é preciso a intercessão divina
para a chuva molhar toda campina
ninguém sabe, só Deus quem sabe quando!
Vejo o corpo da terra se queimando
na fogueira da seca nordestina.
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