terça-feira, 9 de abril de 2013

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‘Primeira coisa que faria era tomar um banho bem tomado’, sonha sertaneja
Dona Delmindi toma banho de caneca (Foto: Rede Globo) 

No sertão de Pernambuco, dona Delmindi raciona água todos os dias. O que a família dela consome de água com todas as tarefas diárias é menos da metade que um banho rápido.

O Dia Internacional da Água foi comemorado dia (22) de março. 
O Bom Dia Brasil da TV GLOBO mostrou como vivem brasileiros que dão um enorme valor a água. Vivendo sem água na torneira, sem chuveiro. Até para beber e fazer comida, ela é racionada.

A equipe saiu de São Paulo, parou no Recife e de carro foi até o sertão de Pernambuco, na cidade de Santa Cruz da Venerada. Mais de 3,7 mil quilômetros de viagem para conhecer a família de dona Delmindi. Ela sobrevive diariamente com muito menos água do que a maioria usa para tomar um banho.

O Mandacaru não dá sinal nem de flor, nem de chuva. A natureza se espreme, ressecada, emaranhada, adormecida, no sertão de Pernambuco. Dona Delmindi, como uma planta do sertão, aprendeu a armazenar a pouca água que cabe a ela e assim conseguir atravessar estes tempos em que o céu não traz promessa de chuva, a terra não germina novos grãos e os rios viram poeira.

Uma caneca de água é suficiente para a higiene da manhã. Com o pouquinho de água, ela consegue lavar o rosto e até o cabelo. Depois faz o café enquanto o marido e o neto vão tirar o leite das cabras para fazer o cuscuz. Na cisterna, único reservatório de água para beber, a água está no fim, só três palmos lá no fundo. “Só dura, se muito durar, esse mês”, afirma ela.

Todos os dias o neto Luzivan tira da cisterna 13 litros de água e leva para a avó na cozinha. Dona Delmindi conta que a água levada precisa dar para cozinhar o arroz e o feijão – do almoço e do jantar. “Para lavar a louça também”, completa.

Para não esvaziar a cisterna, Luzivan vai até um açudezinho, que a cada dia fica menor, pegar mais um balde de água. Uma das noras de dona Delmindi também vai até lá pegar água e leva Aninha, a netinha de dois anos. Aos 39°C no sertão.
Ela conta que a água é para tomar banho e dar banho na filha. A água não é limpa. “Nós até bebemos dela”, diz.
http://www.nacaonordestina.org

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