segunda-feira, 29 de abril de 2013
15 ANOS SENDO CORNO
Toinho diz que é assim
Já foi até vaiado
Antes ser corno
Do que ser um viado
Tem 15 anos de profissão
É corno por aclamação
Pela mulher foi chifrado
Lembranças amargas lhe trazem
Uma tarde de Carnaval
Pois num dia assim como esse
Ela deu pro Genival
Ali ele começava
O chifre já pesava
Fazia em Toinho muito mal
Depois veio a Semana Santa
A mulher foi a procissão
Papou a hóstia do padre
E também deu pro sacristão
Ela dava a todo mundo
De juiz a vagabundo
Não podia ver um tostão
No dia de São João
Enquanto ele pulava a fogueira
A maldita sem-vergonha
Deu logo para rua inteira
Eletricista, mecânico e padeiro
Delegado, pintor e carroceiro
Na festa junina queimou madeira
Chegou 7 de setembro
Dia de grande emoção
Ela foi ver a parada
E ficou com o batalhão
Soldado, cabo e sargento
Capitão, e o coronel do regimento
Também lhe passarm a mão
Já no dia de Finados
Com a alma consternada
Ela cismou de dar diferente
Deu para uma alma penada
A bicha é ruim demais
Se brincar da até o satanás
Mesmo ficando queimada
Por fim, 31 de dezembro
Festa do Ano Novo
E a quenga safada promete
Fazer tudo de novo
Vai novamente chifrar
Até compadre Toinho ficar
Um corno no meio do povo
Texto: Jatão Vaqueiro
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