domingo, 28 de abril de 2013

CHOVEU NO SERTÃO

Como já choveu na mata – Vamos rezar pro sertão
















O nordeste brasileiro
É imenso e variado
Terra de um povo faceiro
Mas que sofre um bocado
Pela seca em longa data
E a falta de compaixão
Como já choveu na mata
Vamos rezar pro sertão.

Nem todos têm tanta sorte
De morar no litoral
Onde a chuva vem mais forte
E é maior o capital.
Lá quem mora é magnata
Coisa de rico e patrão
Como já choveu na mata
Vamos rezar pro sertão.

O sertanejo trabalha
Planta feijão e não vinga
Cada dia uma batalha
Capinando a caatinga
Planta mandioca e batata
E espera a chuva no chão
Como já choveu na mata
Vamos rezar pro sertão.

Veja só, que bom seria.
Ver o nordeste irrigado
Mas já virou utopia
Ver o Chico desviado
As máquinas tão em sucata
Nada de transposição
Como já choveu na mata
Vamos rezar pro sertão.

O que me deixa zangado
É ver tanta indiferença
Por parte do nosso Estado
Que nesse povo não pensa.
O Brasil é democrata
Mas vigora a opressão
Como já choveu na mata
Vamos rezar pro sertão.

A chuva que vem do céu
Ninguém pode controlar
Mas deixar o povo ao léu
Não dá para se aceitar
Só dão valor para a nata
E o pobre fica na mão
Como já choveu na mata
Vamos rezar pro sertão.

Só é lembrado o nortista
Quando vem nova campanha
Mostram uma grande lista
Os malditos sem vergonha
Registram até em ata
Obras da sua gestão
Como já choveu na mata
Vamos rezar pro sertão.

Eu sonho com a chuva fina
Caindo no meu telhado
Como na festa junina
Sorrisos de lado a lado
Aquele céu cor de prata
Cheio de nuvem e trovão
Como já choveu na mata
Vamos rezar pro sertão.

Nós vemos a presidente
Viajando mundo a fora
Toda feliz, sorridente.
Mas o nordeste ignora
Esquece que essa mamata
Depende da reeleição
Como já choveu na mata
Vamos rezar pro sertão.

O meu cordel é modesto
Sou um poeta amador
Não vá me fazer protesto
Pois faço tudo com amor
Se eu fosse um psicopata
Sujaria a minha mão
Mandava “os de gravata”
Pra setes palmos do chão.

O dileto e competente Edilson Biol se expressou assim:

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