quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Falta de chuvas é tema de reunião com Igreja e Organizações em Natal


O Fórum do Campo Potiguar, a Articulação do Semiárido no Rio Grande do Norte – Asa Potiguar e a Igreja Católica se reunirão quinta-feira, 31/01, às 10 horas, no Centro Pastoral Pio X, subsolo da Catedral Metropolitana de Natal. A finalidade é discutir ações de convivência com a ausência de chuvas, especialmente no Semiárido do Rio Grande do Norte; convocar a sociedade para se mobilizar para que sejam tomadas medidas efetivas, e reivindicar do Estado ações concretas que amenizem os efeitos da seca.
A reunião é consequência de uma outra realizada em abril do ano passado, com a participação da Arquidiocese de Natal e das entidades que compõem o Fórum do Campo Potiguar. Na ocasião, foi lançada a Carta do Campo Potiguar, pela afirmação da vida no Semiárido e convivência com a seca.
Entre os participantes da reunião, do dia 31, estavão representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RN, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do RN, Articulação do Semiárido – ASA Potiguar e a Igreja Católica, representada pelo Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, pelo administrador diocesano de Caicó, Padre Ivanoff Pereira, e pelo Vigário Geral, Pe Flávio Augusto, da Diocese de Mossoró.
Fonte: Arquidiocese de Nata
gardeniaoliveira.blogspot.com.brl
Meu sertão estar de luto

Segundo especialistas e autoridades, a recuperação de um período de estiagem tão longo e intenso só deve acontecer em uma década. Isso, caso as chuvas voltem à média nos próximos meses e ações governamentais sejam tomadas para garantir o abastecimento de água. A seca 2012-2013 já é considerada a pior em pelo menos 40 anos.
Fonte: UOL

FEIRA DE UMARIZAL
Sagrado Coração de Jesus
Peço a vós permissão
Pra falar de nossa feira
Desde o tempo de Gavião
Nome antigo da cidade
Que mudou por necessidade
Hoje tem Umarizal no brasão

Nossa feira é a maior
De toda região
Vem gente de todo canto
Fazer negociação
De bicho, fruta e mangalho
Carne e queijo de qualho
Tem até confecção

Garrote, novilha e touro
Vaca com bezerro no pé
Porco, bode e carneiro
Galinha, peru e guiné
Burro, jumento e cavalo
Pinto, pato e galo
Tem na feira se você quiser

Na feira também tem
Banana, abacate e mamão
Abacaxi, pinha e melancia
Manga, graviola e melão
Pitomba, jaca e caju
Ciriguela, cajarana e umbu
Maçã, tamarindo e limão

Tomate, chuchu e cenoura
Cebola, alho e pimentão
Coentro, maxixi e quiabo
Beringela, pepino e salção
Gerimun, inhame e mandioca
Repolho e batata com broca
Tem na feira da antiga Gavião

De fazer chá tem de tudo
Capim santo, eva doce e cidreira
Hortelã, chá preto e malva
Muita casca de madeira
Cravo, gengibre e canela
Quebra-pedra e macela
Pra ferver tem a chaleira

Tem também nas bancas
Chibanca, inchada e machado
Foice, faca e facão
Tudo muito afiado
Ainda tem a roçadeira
Inchada de capinadeira
E ferro de ferrar gado

Apragata de sola
Chapéu de couro e gibão
Bolça e chapéu de palha
Lamparina e lampião
Filtro, pote e quartinha
Chiqueiro de criar galinha
De pegar Canario alçapão

Pra vestir o sertanejo
Tem calça de tergal
Camisa de sola sol
Sinto do couro de animal
Anágua que veste a velhinha
Serôla de velho branquinha
Isso ainda hoje é normal 

Espora e chicote de couro
Sela bem arriada
Luva de derrubar boi
Bota bem engraxada
De carroça arreação
Pneu de carro de mão
E rede pra ser armada

Tamborete de couro crú
Mesa feita de aroeira
Panela de barro batido
Arupemba, e penêra
Milho pra fazer angu
Ovo, manteiga e tatu
Você encontra na feira

Queijo de manteiga
Rapadura e farinha
Mel de engenho
Alfinin e batidinha
Banca de vender buxada
Cachaça da tampa enferrujada
E bebo bem detardesinha

Colchão de porco baé
Tocim bem salgado
Tripa e buxo de boi
Corredor já serrado
Arrasto de criação
Mocotó e chambão
Um bode dependurado

Tripé de alumínio
Ancoreta pra jumento
Galão de botar água
Reparo de catavento
Cachimbo e fumo de rolo
Bolacha, biscoito e bolo
Que dos meninos é alimento

Venda de peixe na feira
Traíra já escalada
Tilápia, tucunaré e carpa
Curimatã bem ovada
Tem também só o filé
Você compra se quiser
Da tilápia já tratada

Caldeirão todo de ferro
Balde, bacia e panela
Copo de alumínio
Frigideira e tigela
Feito todo na madeira
Você compra a copeira
E bota perto da janela

Não podemos esquecer
Valdemar dos passarinho
A mala da cobra
Do preto velho Zezinho
Vendendo banha de peixe boi
Que na feira sempre foi
Remédio de meu padrinho

Com um fole de oito baixo
Tem um cego tocador
Banca de jogar bozó
Meia dúzia de trocador
Uma cigana lendo a mão
Do caboclo do sertão
Pra falar de desamor

Vendendo jumenta preta
Brôa, bolo e café
Tem as cafezeiras
Que de madrugada ta de pé
Com sua banca na feira
Bota fogo na chaleira
E depressa côa o café

Falo agora meu compadre
Da famosa garrafada
Feita do cupinzeiro
É grande a misturada
Cura febre e resfriado
Desinteria e buxo inchado
De toda meninada

Na igreja matriz
Tem missa do feirante
Padre João Batista
É nosso celebrante
Verdureiro, e pescador
Sulanqueiro e agricultor
Da celebração é participante

Ainda tem muito mais
Na feira de Umarizal
Mais vou parar por aqui
Esse meu festival
Pois pra mim aqui falar
O que na feira há
Vou ficar débil mental
E Deus me livre cidadão
Pois aqui o grande Jatão
Quer ainda ser normal

                    Texto: Jatão Vaqueiro
 Eita saudade disso no meu sertão...
BORA JANTAR UMA COMIDA FEITA PELO FOGÃO DE LENHA ???

Antes de sair, Curta a Nossa página : https://www.facebook.com/facenordesteoficial
BORA ALMOÇAR UMA COMIDA FEITA NO FOGÃO DE LENHA ???
Rabada de boi cozinhada
Com farinha ferve o pirão
Tripa de porco assada
Nas brasas do fogão
 Carne de sol bem torrada
Com farofa preparada
E rapadura com feijão
São coisas do Nordeste
Do famoso cabra da peste
Que se chama Jatão

                         Texto: Jatão Vaqueiro  

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

NA CULTURA, EU ACREDITO

Projeto premiado no “Premio Agente Jovem de Cultura" do Ministério da Cultura. Assim entramos em nossa primeira circulação na Zona Rural de nossa região.
Chegue mais perto e tenha um Bom Espetáculo! 

--Emanuel Coringa. 
 
Participe você também
Desse momento cultural
Que dessa vez vai invadir
Nossa Zona Rural
"MAMÃE, QUERO SER"
Venha você conhecer
 Esse projeto especial

                           Texto: Jatão Vaqueiro
ESSE É MEU BRASIL, OU MELHOR, NOSSO!!
Adm : Não a Nova Ordem Mundial
E o pior de tudo isso
É que não fazemos nada
Continua a roubalheira
Em nossa pátria amada
De deputado a senador
Presidente e governador
É uma quadrilha danada
                   Texto: Jatão Vaqueiro

Piadas de Caipiras

Dona Francisca vai a casa da fazenda de seu Januário no município de Munguengue e lá na cozinha tomando café pergunta a esposa do fazendeiro:
---- Entonce comadre Cecília, como está aquele pobrema das crises de andar drumindo de seu Januário?
Dona Cecília rapidamente sem pestanejar responde:
- Já curei ele comadre!
---- Oxente! Foi mermo comadre? Como conseguiu fazer isso?
- Despedi Jurema minha empregada! E agora ele tira a noite dormindo.

UNE QUER QUE O FORRÓ SEJA CONSIDERADO PATRIMÔNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE



O forró é o principal ritmo nativo do sertão nordestino. Popular em todo o Brasil, sua disseminação se deu através da intensa imigração dos nordestinos para outras regiões do país. Durante a 8ª Bienal de Arte e Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Recife e Olinda (PE), os universitários pedirão o lançamento de uma campanha para que o forró seja considerado patrimônio cultural imaterial da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
 
A lista de patrimônios culturais imateriais reúne, atualmente, 232 elementos de 86 países. Seu objetivo é proteger tradições, rituais, costumes e conhecimentos, mantendo-os vivos e seguros. No mês passado, a Unesco concedeu o título ao frevo, expressão artística do carnaval do Recife.
 
A diretora de cultura da UNE, Maria das Neves, explica que a campanha é também uma forma de reforçar a homenagem que o evento faz à Luiz Gonzaga, um dos principais expoentes do forró. “A Bienal vem se consolidando como um espaço voltado para valorizar a cultura popular brasileira, ajudando a identificar elementos da nossa identidade nacional. O forró é um desses elementos e está em sintonia com o tema desta edição do evento”, ressalta ela.
 
A campanha da UNE se junta a um movimento já existente. Recentemente, alguns grupos de forró do Ceará entraram com um processo no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e no Ministério da Cultura (Minc) para que o ritmo seja considerado patrimônio cultural imaterial. O reconhecimento desses órgãos é um primeiro passo para que a demanda também chegue à Unesco.
Segundo Maria das Neves, o lançamento da campanha aproveitará a presença da ministra Marta Suplicy na Bienal da UNE. Ela receberá uma carta elencando os motivos para a concessão do título ao forró.
www.agroecologianews.com.br

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O chapéu, o machado e a cabaça/são as armas do homem do sertão

Mote de José Lourinaldo

JH
O açude já secou a sua lama
A cacimba foi cavada no riacho
Mesmo assim esse sertanejo macho
Não se abala, jamais, com o seu drama
Reza a Deus, todo dia,  pede, reclama
Um inverno com fartura de montão
Prá poder não sair do seu rincão
Pois é lá que em tudo ele ver graça
O chapéu, o machado e a cabaça
São as armas do homem do sertão

JL
À tardinha quando volta do roçado
 O matuto enfadado do sol quente,
 Já cansado, ele senta no batente
 Procurando uma nuvem pra todo lado.
 Mas não vê,  sequer, um só riscado
 Uma promessa pra manter sua ilusão,
 Sem saber o que fazer com a criação
 Que o futuro só tem cheiro de desgraça,
 O chapéu, o machado e a cabaça
 São as armas do homem do sertão.

JH
Numa boca de noite muito quente
Se debruça no batente da janela
Muito triste, vai segurando a tramela
E começa a olhar para o nascente
Logo ver uma luz que de repente
Acendendo e apagando faz clarão
É inverno, grita cheio de emoção
Corre, pega sua mulher beija e abraça
O chapéu, o machado e a cabaça
São as armas do homem do sertão

JL
A cabaça pra levar a água fria
O chapéu pra do sol se proteger,
O machado é seu lápis de escrever
E Jesus,  é o seu maior guia.
Ele enfrenta a peleja do dia-a-dia,
Com os pés machucados e calos nas mãos,
Pra Maria ele faz a louvação
E ainda sofre do Ibama a ameaça
O chapéu, o machado e a cabaça
São as armas do homem do sertão.

JH
Passa a noite de pé, não vai deitar
Esperando a primeira trovoada
Quer ouvir logo o pai da coalhada
No lajedo da serra ecoar
Pela fresta da porta vai olhar
O relâmpago rasgando a escuridão
Vendo a chuva molhar o seu frontão
Toda dor, todo sofrimento passa
O chapéu, o machado e a cabaça
São as armas do homem do sertão

JL
O machado desta marca tramontina
A cabaça que cresceu lá no roçado,
O chapéu é de palha bem trançado
E a mulher uma cabocla lazarina.
O sertanejo vem cumprir a sua sina
De uma gente de humilde profissão,
A sofrer sem saber porque razão
Afoga a mágoa com um gole de cachaça
O chapéu, o machado e a cabaça
São as armas do homem do sertão.

JH
Não espera nem o quebrar da barra
Abre a porta e sai para o terreiro
As galinhas nem desceram do poleiro
Para o galo começar a sua farra
Numa poça de lama que esbarra
Pisa firme com muita satisfação
Tudo causa alegria ao coração
Pois a chuva tirou sua mordaça
O chapéu, o machado e a cabaça
São as armas do homem do sertão.
Jhoracio e José Lourinaldo

Depoimento da agricultora Gercília Alves emociona a todos no lançamento da Agenda da Parceria

“Água é vida. Sem água não existe nada. Se o poder público se preocupasse com as fontes como nos preocupamos com nosso pequeno barreiro, não haveria essa seca que existe hoje”. As apropriadas palavras de dona Gercília Alves, agricultora da comunidade Santa Fé, situada no município de Santa Filomena, Sertão do Araripe de Pernambuco, marcaram o lançamento da nona edição da Agenda da Parceria 2013.
O evento foi prestigiado por alguns dos autores das experiências retratadas na publicação, além de representantes das Organizações Não Governamentais Diaconia, Caatinga e Centro Sabiá (DICASA) e por inúmeros outros convidados. Ao todo, mais de cem pessoas lotaram o auditório do Centro Cultural Correios na noite da última sexta-feira (25).
O coordenador geral do Centro Sabiá, Alexandre Henrique Pires, abriu o evento apresentando os representantes institucionais e saudando os demais convidados. Em seguida, foi exibido o vídeo de apresentação da Campanha Cresça, iniciativa mundial da agência internacional Oxfam em relação à garantia universal da segurança alimentar. A Campanha Cresça apoiou a elaboração da Agenda da Parceria 2013. 
 
Águas da Vida - Este é o mote da nona edição da Agenda da Parceria 2013, publicada pelas ONGs Diaconia, Caatinga e Centro Sabiá e que traz diversas experiências de agricultores e agricultoras dos estados de Pernambuco e do Rio Grande do Norte com a preservação da água. A Agenda da Parceria 2013 será distribuída em todas as escolas públicas estaduais de Pernambuco.
A decisão pelo tema “Águas da Vida” aconteceu pela situação de cuidado que as águas estão necessitand. Cerca de 11% da população mundial ainda não possui acesso à água e, por isso, este ano de 2013 é celebrado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Ano Internacional de Cooperação pela Água, chamando atenção ao debate do acesso à água.

Fonte:http://www.caatinga.org.br/depoimento-da-agricultora-gercilia-alves-emociona-a-todos-no-lancamento-da-agenda-da-parceria/

Read more: http://www.agroecologianews.com.br/2013/01/depoimento-da-agricultora-gercilia.html#ixzz2JPGw7c00

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Piadas de Caipiras

Seu Chico vaqueiro um velhinho de 76 anos de idade fica observando seu neto brincando no chão do quintal de sua casa em Munguengue e vai perguntar o que ele está fazendo. O neto diz:
—Vovô eu estou enfiando as minhocas de volta para o buraco delas...
-E como é que você consegue fazer isso, minino, o bicho é todo molenguento?
— É segredo vovô! Não posso contar
-Te dou dez reais meu filho para você me ensinar a fazer isso. Diz o velhinho interessado.
— Bem Vô eu passo cola de madeira, estico a minhoca, espero secar até ficar dura... e aí é só colocar no buraco.
-Oxente e é só isso menino!! Pois toma ai os dez reais...
No dia seguinte o avô chega novamente, tira 100 reais do bolso e dá pro neto... O menino fica espantado e diz:
— Tá ficando esquecido, vô? O senhor já me deu 10 reais ontem.
—Oxente menino! eu sei. Esses 100 reais foi a tua avó quem mandou. O negócio deu certo que foi uma beleeeeeeeeeeza...

GRANDE INICIATIVA

Assistência veterinária sem custos: Mano anuncia projeto que beneficia criadores de Umarizal

Produtores e criadores do município de Umarizal não vão mais pagar para ter assistência veterinária. Em entrevista nessa última sexta-feira (25), no programa Evidência da rádio FM Fraternidade, o prefeito Mano e o médico veterinário do município, Dr. Adalcides Câmara anunciaram o projeto que visa amenizar os gastos do homem do campo nesse período da seca.

“A ideia a partir de fevereiro é fazer com que o homem do campo não pague mais pela assistência veterinária. O custo dessa assistência é toda do município. O homem do campo vai ter custo? Vai. Mas somente com sua ração, medicamentos que forem necessários, mas todo amparo veterinário o município vai custear”, explicou Dr. Adalcides.

Mano, que também é agricultor disse que o projeto é um sonho antigo dele e dos agricultores de Umarizal, e que agora, como prefeito vai conseguir implantar no município beneficiando a todos os criadores da zona rural.

“Temos diversos pequenos produtores que, sempre que precisam de uma assistência veterinária, eles tem que ter o custo do médico pra se deslocar, tem que pagar uma consulta veterinária, tem gasto com medicamentos, tem gasto com ração nessa época principalmente que tá horrível com a seca e tudo isso pesa só pra cima dele. Mas agora eles vão ter essa ajuda do município e é só o primeiro passo”, contou Mano.

Para ter acesso ao atendimento, Adalcides explica que o criador poderá entrar em contato com a Secretária de Agricultura ou pessoalmente com ele. “A informação chegando até mim, eu vou até a propriedade fazer a visita. Todo animal que tiver doente que precisar, nós vamos atender”. Concluiu.

Da Assessoria de Comunicação e Imprensa da prefeitura de Umarizal
Fonte: uzlemfotos.blogspot.com.br

CULINÁRIA E FORRÓ DO MEU SERTÃO














Compadre preste atenção
No que agora vou falar
É de uma coisa boa
Sei que vai gostar
Culinária do meu sertão
E arrasta-pé no salão
Desses dois vou versejar

Peço a meu Padim Ciço
Que ilumine o pensamento
Deste poeta nordestino
Pra falar nesse momento
De xote, xaxado e baião
Buchada, rapadura e pirão
Que de sertanejo é intento

No terreiro danço forró
No fogão faço o pirão
Terreiro de barro batido
De lenha é meu fogão
Por isso sou nordestino
Vivo aqui desde menino
E amo essa tradição

Como buchada de bode
Rapadura com farinha
Tripa de porco assada
Farofa de rolinha
Pirão de corredor
De caldo sou bebedor
Quando é feito de galinha

Logo de madrugada
Tomo meu café
Quente e bem forte
Amargo que nem rapé
Como cuscuz de milho
Broa, panqueca e sequilho
Não sobra pra quem quer

Feijão com tocim dentro
Bucho, tripa e chambão
Como no almoço
Sentado ali mesmo no chão
Tomo água numa caneca
E tiro uma soneca
Logo depois da refeição

Falei de comer bom
Vou falar agora de forró
Bom e arrochado
Daqui até Mossoró
É mijador com mijador
Dançando no calor
Até levantar o pó

Xote , xaxado e baião
É dança nordestina
Onde o cabra arrocha
Na cintura da menina
Até o sol clarear
E o sanfoneiro parar
Quando apaga a lamparina

O forró pé de serra
Tocado por Gonzagão
Era uma verdadeira história
Falando do meu sertão
Pé de serra também é bom
Sanfoneiro puxa o tom
Desde o tempo de Lampião

Forró só era bom
No alpendre da fazenda
A luz era um candeeiro
Só tinha cachaça a venda
Caboclo bem arrumado
Mesmo encabulado
Chamava pra dançar sua prenda

Esse é meu Nordeste
Terra do meu coração
De comida boa
E de grandes forrozão
Por isso vivo aqui
E não penso em sair
Só se for num caixão
Mais ainda vou gritar
“Epa pode esperar
Ninguém vai me levar
Sem eu querer não
Eu me chamo Jatão
Gosto do meu torrão
E aqui vou ficar” 

             Texto: Jatão Vaqueiro