Compadre preste atenção
No que agora vou falar
É de uma coisa boa
Sei que vai gostar
Culinária do meu sertão
E arrasta-pé no salão
Desses dois vou versejar
Peço a meu Padim Ciço
Que ilumine o pensamento
Deste poeta nordestino
Pra falar nesse momento
De xote, xaxado e baião
Buchada, rapadura e pirão
Que de sertanejo é intento
No terreiro danço forró
No fogão faço o pirão
Terreiro de barro batido
De lenha é meu fogão
Por isso sou nordestino
Vivo aqui desde menino
E amo essa tradição
Como buchada de bode
Rapadura com farinha
Tripa de porco assada
Farofa de rolinha
Pirão de corredor
De caldo sou bebedor
Quando é feito de galinha
Logo de madrugada
Tomo meu café
Quente e bem forte
Amargo que nem rapé
Como cuscuz de milho
Broa, panqueca e sequilho
Não sobra pra quem quer
Feijão com tocim dentro
Bucho, tripa e chambão
Como no almoço
Sentado ali mesmo no chão
Tomo água numa caneca
E tiro uma soneca
Logo depois da refeição
Falei de comer bom
Vou falar agora de forró
Bom e arrochado
Daqui até Mossoró
É mijador com mijador
Dançando no calor
Até levantar o pó
Xote , xaxado e baião
É dança nordestina
Onde o cabra arrocha
Na cintura da menina
Até o sol clarear
E o sanfoneiro parar
Quando apaga a lamparina
O forró pé de serra
Tocado por Gonzagão
Era uma verdadeira história
Falando do meu sertão
Pé de serra também é bom
Sanfoneiro puxa o tom
Desde o tempo de Lampião
Forró só era bom
No alpendre da fazenda
A luz era um candeeiro
Só tinha cachaça a venda
Caboclo bem arrumado
Mesmo encabulado
Chamava pra dançar sua prenda
Esse é meu Nordeste
Terra do meu coração
De comida boa
E de grandes forrozão
Por isso vivo aqui
E não penso em sair
Só se for num caixão
Mais ainda vou gritar
“Epa pode esperar
Ninguém vai me levar
Sem eu querer não
Eu me chamo Jatão
Gosto do meu torrão
E aqui vou ficar”
Texto: Jatão Vaqueiro
Texto: Jatão Vaqueiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário