FEIRA DE UMARIZAL
Sagrado Coração de Jesus
Peço a vós permissão
Pra falar de nossa feira
Desde o tempo de Gavião
Nome antigo da cidade
Que mudou por necessidade
Hoje tem Umarizal no brasão
Nossa feira é a maior
De toda região
Vem gente de todo canto
Fazer negociação
De bicho, fruta e mangalho
Carne e queijo de qualho
Tem até confecção
Garrote, novilha e touro
Vaca com bezerro no pé
Porco, bode e carneiro
Galinha, peru e guiné
Burro, jumento e cavalo
Pinto, pato e galo
Tem na feira se você quiser
Na feira também tem
Banana, abacate e mamão
Nossa feira é a maior
De toda região
Vem gente de todo canto
Fazer negociação
De bicho, fruta e mangalho
Carne e queijo de qualho
Tem até confecção
Garrote, novilha e touro
Vaca com bezerro no pé
Porco, bode e carneiro
Galinha, peru e guiné
Burro, jumento e cavalo
Pinto, pato e galo
Tem na feira se você quiser
Na feira também tem
Banana, abacate e mamão
Abacaxi, pinha e melancia
Manga, graviola e melão
Pitomba, jaca e caju
Ciriguela, cajarana e umbu
Maçã, tamarindo e limão
Tomate, chuchu e cenoura
Cebola, alho e pimentão
Coentro, maxixi e quiabo
Beringela, pepino e salção
Gerimun, inhame e mandioca
Repolho e batata com broca
Tem na feira da antiga Gavião
De fazer chá tem de tudo
Capim santo, eva doce e cidreira
Hortelã, chá preto e malva
Muita casca de madeira
Cravo, gengibre e canela
Quebra-pedra e macela
Pra ferver tem a chaleira
Tem também nas bancas
Tem também nas bancas
Chibanca, inchada e machado
Foice, faca e facão
Tudo muito afiado
Ainda tem a roçadeira
Inchada de capinadeira
E ferro de ferrar gado
Apragata de sola
Chapéu de couro e gibão
Bolça e chapéu de palha
Lamparina e lampião
Filtro, pote e quartinha
Chiqueiro de criar galinha
De pegar Canario alçapão
Pra vestir o sertanejo
Tem calça de tergal
Camisa de sola sol
Sinto do couro de animal
Anágua que veste a velhinha
Serôla de velho branquinha
Isso ainda hoje é normal
Espora e chicote de couro
Sela bem arriada
Luva de derrubar boi
Bota bem engraxada
De carroça arreação
Pneu de carro de mão
E rede pra ser armada
Tamborete de couro crú
Mesa feita de aroeira
Panela de barro batido
Arupemba, e penêra
Milho pra fazer angu
Ovo, manteiga e tatu
Você encontra na feira
Queijo de manteiga
Rapadura e farinha
Mel de engenho
Alfinin e batidinha
Banca de vender buxada
Cachaça da tampa enferrujada
E bebo bem detardesinha
Colchão de porco baé
Tocim bem salgado
Tripa e buxo de boi
Corredor já serrado
Arrasto de criação
Mocotó e chambão
Um bode dependurado
Tripé de alumínio
Ancoreta pra jumento
Galão de botar água
Reparo de catavento
Cachimbo e fumo de rolo
Bolacha, biscoito e bolo
Que dos meninos é alimento
Venda de peixe na feira
Traíra já escalada
Tilápia, tucunaré e carpa
Curimatã bem ovada
Tem também só o filé
Você compra se quiser
Da tilápia já tratada
Caldeirão todo de ferro
Balde, bacia e panela
Copo de alumínio
Frigideira e tigela
Feito todo na madeira
Você compra a copeira
E bota perto da janela
Não podemos esquecer
Valdemar dos passarinho
A mala da cobra
Do preto velho Zezinho
Vendendo banha de peixe boi
Que na feira sempre foi
Remédio de meu padrinho
Com um fole de oito baixo
Tem um cego tocador
Banca de jogar bozó
Meia dúzia de trocador
Uma cigana lendo a mão
Do caboclo do sertão
Pra falar de desamor
Vendendo jumenta preta
Brôa, bolo e café
Tem as cafezeiras
Que de madrugada ta de pé
Com sua banca na feira
Bota fogo na chaleira
E depressa côa o café
Falo agora meu compadre
Da famosa garrafada
Feita do cupinzeiro
É grande a misturada
Cura febre e resfriado
Desinteria e buxo inchado
De toda meninada
Na igreja matriz
Tem missa do feirante
Padre João Batista
É nosso celebrante
Verdureiro, e pescador
Sulanqueiro e agricultor
Da celebração é participante
Ainda tem muito mais
Na feira de Umarizal
Mais vou parar por aqui
Esse meu festival
Pois pra mim aqui falar
O que na feira há
Vou ficar débil mental
E Deus me livre cidadão
Pois aqui o grande Jatão
Quer ainda ser normal
Texto: Jatão Vaqueiro
Pra vestir o sertanejo
Tem calça de tergal
Camisa de sola sol
Sinto do couro de animal
Anágua que veste a velhinha
Serôla de velho branquinha
Isso ainda hoje é normal
Espora e chicote de couro
Sela bem arriada
Luva de derrubar boi
Bota bem engraxada
De carroça arreação
Pneu de carro de mão
E rede pra ser armada
Tamborete de couro crú
Mesa feita de aroeira
Panela de barro batido
Arupemba, e penêra
Milho pra fazer angu
Ovo, manteiga e tatu
Você encontra na feira
Queijo de manteiga
Rapadura e farinha
Mel de engenho
Alfinin e batidinha
Banca de vender buxada
Cachaça da tampa enferrujada
E bebo bem detardesinha
Colchão de porco baé
Tocim bem salgado
Tripa e buxo de boi
Corredor já serrado
Arrasto de criação
Mocotó e chambão
Um bode dependurado
Tripé de alumínio
Ancoreta pra jumento
Galão de botar água
Reparo de catavento
Cachimbo e fumo de rolo
Bolacha, biscoito e bolo
Que dos meninos é alimento
Venda de peixe na feira
Traíra já escalada
Tilápia, tucunaré e carpa
Curimatã bem ovada
Tem também só o filé
Você compra se quiser
Da tilápia já tratada
Caldeirão todo de ferro
Balde, bacia e panela
Copo de alumínio
Frigideira e tigela
Feito todo na madeira
Você compra a copeira
E bota perto da janela
Não podemos esquecer
Valdemar dos passarinho
A mala da cobra
Do preto velho Zezinho
Vendendo banha de peixe boi
Que na feira sempre foi
Remédio de meu padrinho
Com um fole de oito baixo
Tem um cego tocador
Banca de jogar bozó
Meia dúzia de trocador
Uma cigana lendo a mão
Do caboclo do sertão
Pra falar de desamor
Vendendo jumenta preta
Brôa, bolo e café
Tem as cafezeiras
Que de madrugada ta de pé
Com sua banca na feira
Bota fogo na chaleira
E depressa côa o café
Falo agora meu compadre
Da famosa garrafada
Feita do cupinzeiro
É grande a misturada
Cura febre e resfriado
Desinteria e buxo inchado
De toda meninada
Na igreja matriz
Tem missa do feirante
Padre João Batista
É nosso celebrante
Verdureiro, e pescador
Sulanqueiro e agricultor
Da celebração é participante
Ainda tem muito mais
Na feira de Umarizal
Mais vou parar por aqui
Esse meu festival
Pois pra mim aqui falar
O que na feira há
Vou ficar débil mental
E Deus me livre cidadão
Pois aqui o grande Jatão
Quer ainda ser normal
Texto: Jatão Vaqueiro
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