Crepúsculo Sertanejo
Quando a tarde desmaia no sertão
Todo o céu se desenha ensanguentado,
Cada galho do arbusto despelado
Faz lembrar o romeiro em procissão.
O inhambu solta a voz numa canção
Que o vivente estremece arrepiado,
Uma velha com rosto bem fechado
Ergue os braços, fazendo uma oração.
A asa-branca dolente solta um canto!
O ocaso vermelho mostra o manto
Sobre a copa da mata ressequida.
O sertão fica mais meditativo
Quando o sol se desmancha lenitivo,
Pondo sombras no coração da vida.
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