segunda-feira, 10 de novembro de 2014

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Espetáculo´ de águas no semiárido do RN desaparece com seca histórica
À esquerda, açude Gargalheiras em 2011, quando ainda ocorria a sangria, a cascata artificial; à direita, nos dias atuais, sob a seca (Foto: Canindé Soares e Anderson Barbosa/G1)
O sertanejo que mora no Seridó potiguar nunca sofreu tanto com a falta de chuvas. “Minha mãe dizia que nós tínhamos um mar de água doce na porta de casa, e que jamais nos preocuparíamos com a seca. Agora, só nos resta rezar”, lamenta o agricultor Fabiano Santos. Como ele, mais de 11 mil pessoas que vivem em Acari e 44 mil em Currais Novos dependem do açude Gargalheiras, que está com 5,6% da capacidade. As prefeituras dizem que a situação é desesperadora. O Seridó é uma das regiões mais afetadas pela seca no Nordeste, e fica no semiárido do Rio Grande do Norte, conhecido pela pouca folhagem e sombra da vegetação.
´Agora, só nos resta rezar´, lamenta o agricultor
Fabiano Medeiros (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Para a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), a única solução é racionar. Nas duas cidades, a empresa impôs rodízios para não ter que suspender o abastecimento. Já o escritório local do Departamento de Obras Contra a Seca (Dnocs) diz que não há obras em andamento e a única coisa a fazer agora é torcer para que as chuvas venham logo. Na região, não há boas precipitações desde o início do ano. O Dnocs é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Integração Nacional e tem como papel principal executar políticas para o beneficiamento de áreas e obras de proteção contra as secas e inundações.

O G1 foi ver de perto o mar dos seridoenses. A primeira parada foi em Acari, a pouco mais de 200 quilômetros de Natal. Eleito uma das sete maravilhas do estado em um concurso realizado por um jornal, o Gargalheiras (cujo nome oficial é açude Marechal Dutra) foi inaugurado em 1959. Ao longo de 55 anos, as águas transpuseram a parede da barragem, que tem 25 metros de altura, pelo menos 30 vezes.
Açude Gargalheiras, em Acari, tem volume d'água mais baixo da história (Foto: Fred Carvalho/G1)
A última sangria, em maio de 2011, com uma lâmina d´água de mais de 1 metro, formou uma cachoeira artificial que se tornou ponto turístico durante duas semanas. Agora a paisagem é outra. O reservatório, um dos maiores do estado, pode armazenar até 44,5 milhões de metros cúbicos de água, mas está no nível mais baixo da história (5,6%). A medição mais recente foi feita pelo Dnocs no dia 21 de outubro.
g1.globo.com/rn

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