Aristides manda embrulhar, saca um talão de cheques e começa preencher. Assina, destaca e ao estendê-lo, percebe a fisionomia constrangida e preocupada do vendedor examinando o cheque. O cliente, então num gesto de gentileza, toma a iniciativa e diz:
--Oxente rapaz!! Vejo que você está pensando que o cheque pode não ter fundos. É natural, eu também desconfiaria, afinal, uma quantia tão grande. Tudo bem. Façamos o seguinte: Hoje é sexta-feira e o banco já fechou. Você fica com o cheque e com a joia. Na segunda-feira, você vai ao banco, pega o dinheiro e manda entregar a joia na casa dela em Munguengue, ok?
Cheio de mesuras e agradecimentos pela compreensão o vendedor encaminha o casal até a saída, desejando-lhes um bom fim de semana.
Na segunda-feira, o vendedor ligou para o cliente para dizer-lhe que, infelizmente, deve ter havido algum equívoco do banco, mas o cheque não tinha fundos. Ouviu, então, uma voz meio sonolenta:
--Sem problema. Pode rasgar o cheque. Já comi ela mesmo!
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