quinta-feira, 8 de maio de 2014

QUANDO SE QUER SE FAZ

Arte para sobreviver

Quem mora no coração da caatinga, região do sertão central do Rio Grande do Norte, sabe das dificuldades para superar a falta de água e, as conseqüências, de vários meses de estiagem. As dificuldades, porém, não foram motivos para ceifar a sensibilidade e o talento de um artesão de Angicos. José Marcos Rodrigues, 32, há dois anos sobrevive da confecção de peças em madeira.

Em madeira, as esculturas são de personalidades da política e do futebol. A inspiração para as peças confeccionadas pelo artesão vem da própria região. São animais, objetos e pessoas esculpidas diretamente na madeira, a umburana, encontrada na mata local. Marcos garante que só utiliza madeira morta, ou seja, troncos catados no meio do mato. “Ainda criança comecei a fazer alguns animais para brincar. Assim, fui tomando gosto”, afirma.

Autodidata, José Marcos diz que, antes de recorrer a Ineagro, um projeto de incubadora da Universidade Federal Rural do Semi-árido, no campus de Angicos, para viabilizar a venda de suas peças, não havia feito nenhum curso e só freqüentou a escola até o sexto ano.

O artesão também não utiliza ferramentas adequadas. A maioria é improvisada por ele mesmo. O trabalho é feito na sala ou na frente da casa de taipa, construída com barro e pau-a-pique, e chão batido, no bairro Alto da Alegria, em Angicos. A falta de estrutura não foi empecilho para o artista buscar a Ineagro Cabugi – Incubadora Tecnológica e Multissetorial do Sertão do Cabugi, da Ufersa, para aprimorar o seu ofício.

tribunadonorte.com.br

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