Arte para sobreviver
Quem mora no coração da caatinga, região do sertão central do Rio Grande do Norte, sabe das dificuldades para superar a falta de água e, as conseqüências, de vários meses de estiagem. As dificuldades, porém, não foram motivos para ceifar a sensibilidade e o talento de um artesão de Angicos. José Marcos Rodrigues, 32, há dois anos sobrevive da confecção de peças em madeira.Em madeira, as esculturas são de personalidades da política e do futebol. A inspiração para as peças confeccionadas pelo artesão vem da própria região. São animais, objetos e pessoas esculpidas diretamente na madeira, a umburana, encontrada na mata local. Marcos garante que só utiliza madeira morta, ou seja, troncos catados no meio do mato. “Ainda criança comecei a fazer alguns animais para brincar. Assim, fui tomando gosto”, afirma.
Autodidata, José Marcos diz que, antes de recorrer a Ineagro, um projeto de incubadora da Universidade Federal Rural do Semi-árido, no campus de Angicos, para viabilizar a venda de suas peças, não havia feito nenhum curso e só freqüentou a escola até o sexto ano.
O artesão também não utiliza ferramentas adequadas. A maioria é improvisada por ele mesmo. O trabalho é feito na sala ou na frente da casa de taipa, construída com barro e pau-a-pique, e chão batido, no bairro Alto da Alegria, em Angicos. A falta de estrutura não foi empecilho para o artista buscar a Ineagro Cabugi – Incubadora Tecnológica e Multissetorial do Sertão do Cabugi, da Ufersa, para aprimorar o seu ofício.
tribunadonorte.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário