quarta-feira, 14 de maio de 2014

Durante esta semana, o R7 traz uma série de reportagens sobre a escassez de água no Nordeste

"A gente andava quatro horas para procurar água pra beber", diz moradora do semiárido nordestino

Maria Lúcia e a filha de Yasmin em frente à horta da família, em Santo Antônio (RN): "A gente andava quatro horas atrás de água"
Carolina Martins/09.05.2014/R7
O município de Santo Antônio (RN), localizado a cerca de 140 quilômetros de Natal, é uma das 99 cidades do semiárido nordestino que estão começando a ter sua realidade social transformada com o acesso à água mesmo durante a longa estiagem.

Ao contrário dos moradores do Estado de São Paulo, que começam a sofrer agora com o risco de racionamento de água devido à falta de chuva, a escassez de recursos hídricos é um problema recorrente para as famílias da região.


Desde que nasceu, há 45 anos, a sertaneja Maria Lúcia da Silva mora na comunidade de Baixio, na zona rural de Santo Antônio. Ela criou os cinco filhos em uma casa simples no semiárido, comendo o que plantava. Nos períodos de estiagem, saía de madrugada com o marido atrás de água para família.

Enquanto os filhos dormiam, o casal caminhava duas horas até o poço mais próximo e, às vezes, encontrava apenas barro. Os dois voltavam, andando por mais de duas horas, sem saber o que fariam para matar a sede dos filhos.

O pai dos meninos, Noé da Silva, 46 anos, diz que a chegada da cisterna mudou a vida da família. Desde novembro do ano passado eles começaram a captar água da chuva.
A cisterna é composta de um sistema de captação de água instalado no telhado, que leva a água da chuva direto para o reservatório, construído ao lado da residência.
A água acumulada pode ser usada para beber, cozinhar e tomar banho, além de outras atividades domésticas. A expectativa é de que, em uma família com cinco pessoas, a água seja suficiente para os nove meses de seca durante o ano.

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