A feia e a bonita
A bonita quando passa
Chama logo a atenção
Nego morre na cachaça
O outro arruma confusão
E acontece até desgraça
Se alguém passar a mão
A feia quando passa
Só serve de gozação
Um chama de carcaça
O outro diz mas que dragão
E eu não quero nem de graça
Esse troço no meu colchão
A bonita usa blusinha
Tipo tomara que caia
Com estilo de rainha
Desfilando pela praia
É de lei dá uma olhadinha
Quando ela passa de saia
A feia vai na praça
E fica toda se olhando
Nego já faz pirraça
E o menino vai apontando
Pega logo essa desgraça
Que o circo já vai passando
A bonita é admirada
Deixa o Homem apaixonado
Sua perna é torneada
E o corpinho é um pecado
Maltrata a rapaziada
Com seu bum bum empinado
A feia tem olheira
O suvaco nem apara
É uma gata borralheira
Quando o cabra vê dispara
E o outro de primeira
Se assombra com a sua cara
A bonita é jeitosa
É um tremendo avião
Tem a pele bem cheirosa
De estraçalhar coração
A boca é mais que gostosa
E a cintura é de pilão
A feia é toda esquisita
Não há no mundo quem goste
Com aquela calça de chita
Eu duvido quem encoste
A boca parece brita
E o corpo parece um poste
A bonita de manhã
Já acorda ouvindo assim
Menina eu sou teu fã
Você nasceu para mim
A sua pele é de maçã
E o seu cheiro é de jasmim
A feia quando levanta
Com os olhos todo vermelho
Parece uma jamanta
Sentada no aparelho
E ela mesmo se espanta
Quando se olha no espelho
A bonita é elegante
É um pedacinho do céu
Um sorriso interessante
E os cabelos de Rapunzel
O olhinho é de brilhante
E os lábios são de mel
A feia é desajeitada
Um pedacinho de rapadura
A maioria é desdentada
Pra encarar só com bravura
E a pobre vive cansada
De carregar tanta feiura
Você que é uma princesinha
Não deve ter indecência
Sem essa de ser galinha
É preciso inteligência
Se não vai ficar sozinha
Quando mudar a aparência
Você que não é perfeita
Se arrume num segundo
A feiura se ajeita
E ninguém fica só no mundo
Aqui tudo se aproveita
Até Maria que é Raimundo.
Guibson Medeiros.
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