Espaço Educação e Cultura com Sergio Rubens: "Santo de casa não faz milagre"
“Santo de casa
não faz milagre”
Nessa semana que se passou faleceu um grande nome da
cultura popular de Umarizal, Raimundo Praxedes, foi notícia em todos os blogs
da cidade, diversas homenagens foram feitas e realmente ele é digno delas,
devido ao tamanho trabalho cultural que fez neste município.
O que venho aqui indagar é onde está o valor que
deveria ser dados aos inúmeros artistas e pessoas que promovem a cultura
popular em nossa cidade? Quando se está vivo e trabalhando pouco se valoriza e
pouco se respeita o trabalho do artista, depois que um deles vem a falecer todo
mundo aparece para fazer homenagens como se todos sempre tivessem dado o devido
respeito e respaldo que mereciam. Não que Raimundo Praxedes e tantos outros que
faleceram, como o Poeta João Menezes e o professor Chiquito Praxedes, por
exemplo, não tivessem o reconhecimento de ninguém, mas com certeza não tiveram
esse reconhecimento da forma e da intensidade que mereciam. Não me refiro
somente ao poder público que pouco investe e pouco incentiva essas atividades
culturais, mas sim, ao apoio moral, social e humano que a sociedade de Umarizal
deve para estes e outros tantos artistas daqui.
Temos em nossa cidade uma quantidade incrível de
artistas, poetas, músicos, cantores, compositores, dançarinos, atores,
palhaços, pintores, artesãos, costureiras, enfim... Uma diversidade invejável
de artistas que por diversas vezes sofrem preconceito da nossa sociedade por
realizar um trabalho artístico. Muitas vezes até chamados de “desocupados e
vagabundos”.
Levando em conta de que arte é toda forma de
manifestação estética e comunicativa, realizada a partir da percepção e das
idéias, posso dizer que quem realiza qualquer atividade artística não pode ser
jamais chamado desses adjetivos, afinal para se fazer arte é preciso antes de
qualquer coisa, muito trabalho e se é um trabalho ele é antes de tudo digno de
respeito do próximo e necessita de amor próprio para fazê-lo.
O falecimento de mais um artista da nossa terra me
leva a crer que ainda estamos muito longe do entendimento do que seja realmente
a arte, e acima de tudo do que seja trabalhar com ela em um lugar onde a
maioria dos moradores prefere o que vem de fora, ao invés de dar valor o que é
daqui, mas não é de hoje que “santo de casa não faz milagre”.
Acompanha aqui no blog toda terça-feira a coluna - Espaço Educação e Cultura com Sergio Rubens.
Se farinha fosse Americana e mandioca importada banquete de bacana era farinhada.
ResponderExcluirRealmente é isso mesmo que acontece, o exemplo de João "Menês" é exemplar, quando vivo as pessoas o tratavam com desdém, nunca "teve" o reconhecimento devido de um poeta popular, isso é muito triste. Aos poucos a coisa parece estar mudando, quem sabe as próximas gerações comecem hoje mesmo a fazer um futuro deferente pra esses verdadeiros heróis da cultura popular.
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