sábado, 15 de dezembro de 2012

A força do sertanejo nordestino

Caro amigo e companheiro,
devo reconhecer que o tema
é bastante contumaz
assusta e decepciona
o cristão que em desdita
morre e não acredita
que o sertanejo é sagaz

Como é da natureza
me astrevo com certeza
a contrariar tal dilema
sou nascido no agreste
e tomei leite de cabra
mastiguei pedra de sal
e derrubei boi na jurema

Assim vou de camarote
pulo cerca e dou o bote
arranho pedra e balcão
sou pior do que o cão
em noite de lua cheia
comigo mulher esperneia
morde a corda e bamboleia
treme a perna e o coração.
João de Lila

DO BLOG JATÃO VAQUEIRO 

Sou que nem jumento
Solto no meio do lote
Dando coice e peidando
Só se ver é o pinote
Cabra da peste arrochado 
Valente e injuriado
Ninguém fere meu cangote

Sou forte e ligeiro
Que nem cavalo alasão
Corro atrás de boi brabo
Depressa boto no chão
Macho que nem preá de baxi
Assim que nem eu nunca vi 
Nas quebradas do sertão

Por isso lhe digo padim
Me chamo grande Jatão
Poeta e vaqueiro
Aqui do meu torrão
E digo que o sertanejo
É macho e tem traquejo
Na hora da sua missão

                          Texto: Jatão Vaqueiro  

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