quinta-feira, 7 de junho de 2012

MEU BRASIL DE CANTO A CANTO TEM SUOR DE NORDESTINO
 
































Quando a seca vem devora
Do Nordeste toda flora

Nordestino vai embora

Para o Sul a todo instante

Trabalhar como gigante

E ganhar como menino

Molhando o solo sulino

Com sangue, suor e pranto.

Meu Brasil de canto a canto

Tem suor de nordestino.
 

Numa favela jogado
Lá no Rio de Janeiro

Sem emprego e sem dinheiro

Na sombra do Corcovado

Todo o tempo ajoelhado

Esse pobre peregrino

Pedindo a Jesus divino

Que lhe cubra com seu manto.

Meu Brasil de canto a canto

Tem suor de nordestino.
 

Foi soldado da seringa
Lá pelas bandas do Norte

Brincou lá com sua sorte

Longe de sua caatinga

Seu suor ainda pinga

Dos galhos do cipó fino

Num testemunho divino

Que o nordestino é um santo.

Meu Brasil de canto a canto

Tem suor de nordestino.
 

Por esse pau-de-arara
Brasília foi construída

Esse pedaço de vida

Tem ferida que não sara

Gastou o suor da cara

No governo Juscelino

Merecia estátua e hino

Quem trabalha do seu tanto.

Meu Brasil de canto a canto

Tem suor de nordestino.

Poesia de Antonio Francisco 

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