sábado, 2 de junho de 2012

É assim quando amanhece...


É assim quando amanhece
nas quebradas do sertão
O galo acorda cantando
com um grande alarido

o vaqueiro adormecido

que podia tá sonhando

a bezerrama berrando

e ele vê no mourão

o maldoso gavião

que foi num foi aparece

é assim quando amanhece

nas quebradas do sertão.

Canta lá no cajueiro
o lindo galo campina

apaga-se a lamparina

que ilumina o terreiro

na copa dum juazeiro

canta forte um carão

chapéu perneira e gibão

o vaqueiro embonitesse

é assim quando amanhece

nas quebradas do sertão.

Logo um cheiro de café
se espalha pelo terreiro

vem o vaqueiro faceiro

beija os filhos e a mulher

pede a Deus com muita fé

que abençoe esse chão

terminada a oração

de estrada a fora desse

é assim quando amanhece

nas quebradas do sertão.

Vem o sol com sua grandeza
clareando os passarinhos

de longe brilha os espinhos

dá ao cardeiro beleza

a cobra acha uma presa

um pobre camaleão

é pego de supetão

isso sempre acontece

é assim quando amanhece

nas quebradas do sertão.

Na vereda um preá
se espoja em sua cama

suja-se o porco na lama

ali canta um sabiá

lindo pé de trapiá

brilha na separação

foi-se embora a escuridão

e a coruja emudece

é assim quando amanhece

nas quebradas do sertão.

Vai o vaqueiro aboiando
em versos de poesia
sentindo muita alegria
do dia que tá chegando
ele sai cantarolando
com amor no coração
sua vida é uma canção
a Deus pai ele agradece
é assim quando amanhece
nas quebradas do sertão. 


Poeta Jadson Lima

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