segunda-feira, 25 de junho de 2012

É neste sábado, 30/06

Tá chegando o dia da Cantoria do Ano em Apodi.
Os interessados em ir para a cantoria e pra maiores informações procurar Dissales da Besta ou Galego da Cermol.

Um comentário:

  1. No lugar onde eu resido
    Fechadura inda é tramela
    Não é tão evoluído
    Mas já se assiste novela
    E também telejornal
    Já se mistura nescau
    Com o puro leite de vaca
    Lá se come sanduíche
    E se diz oxente e vixe
    E se enfia o pé na jaca.

    Zona não existe mais
    Acabaram os cabarés
    O serviço hoje se faz
    Lá nos quartos dos motéis
    Que ficam na rodovia
    Se prestam pra putaria
    E pro namoro em segredo
    Quem não tem o “faz-me-rir”
    Só resta se “divertir”
    No matagal e lajedo.

    Moleque lá faz mandado
    Temendo o cuspe no chão
    Mas celular é usado
    E de última geração
    Muitos costumes mudaram
    Pra melhor ou pioraram
    Mãe solteira hoje é normal
    Ninguém mais se escandaliza
    Com o que o povo realiza
    No plano sexual.

    E por lá tem parabólica
    Que leva o mundo até nós
    E tem a turma católica
    Tal qual a nossos avós
    Devota de Padim Ciço
    Quem não gosta muito disso
    É a Igreja Glacial
    Que não tolera romeiro
    Mistura fé com dinheiro
    E Jesus com capital.

    No Natal o mercantil
    Sufocou a cristandade
    Mas inda tem pastoril
    Em uma ou outra cidade
    Ainda se vê reisado
    Ou algum presépio armado
    Lembro que o Menino
    É o motivo da festa
    Isso é coisa que ainda resta
    No natal do nordestino.

    Ouve-se a trova brejeira
    Do grande Chico Pedrosa
    E se dança a noite inteira
    Com a Gatinha Manhosa
    Mastigo cravo e chiclete
    E essa tal de internet
    Pra mim não é novidade
    Que espanto não lhe cause
    Mas sempre vou na lanrause
    Quando visito a cidade.

    Crianças vão à escola
    Menos no tempo de inverno
    Pois até trator se atola
    E pra passar é um inferno
    Já para a agricultura
    É uma beleza pura
    De verde o campo se cobre
    Plantio de rico se irriga
    Mas a seca inda castiga
    A roça do homem pobre.

    Inda se tange boiada
    Em um cavalo montado
    Porém a moto é usada
    Também pra cuidar do gado
    Pro trampo botina calço
    Pro lazer um Naique falso
    Nos meus pés eu logo enfio
    Se agarro uma gatinha
    Já uso até camisinha
    Pois na sorte eu não confio.

    Vaqueiro veste gibão
    Com roupa que vem da China
    Padeiro fabrica o pão
    Com trigo da Argentina
    Interior não se isola
    Escuta o som da viola
    O verso do cordelista
    O forró de pé-de-bode
    Mas também axé, pagode
    E até fanque entra na lista.

    Tem muita festa animada
    Com os herdeiros do rei
    Porém parte da moçada
    Só quer o som do djidjei (DJ)
    Lampião inda é herói
    Pois foi o nosso caubói
    Embora rei dos bandidos
    Hoje herói tem de montão
    Nesses filmes do Japão
    Ou dos Estados Unidos.

    O tigrão e a lacraia
    Do jeito que vêm se vão
    E duvido alguém dar vaia
    Pras músicas de Gonzagão
    Pode até não se gostar
    Mas se sabe respeitar
    Reconhecer o valor
    Que venham Jamil, Chiclete
    A Cláudia Leite, a Ivete
    Venha lá seja quem for.

    Até Mulher Melancia
    Vindo virada no créu
    Mostrando a lapa da jia
    Não derruba Maciel
    Nem Petrúcio, nem Santana
    E pá de gente bacana
    Do forró de pé-de-serra
    Que vá praquele lugar
    A calcinha, o caviar
    Que o forró vence essa guerra.

    ESSA É BOA

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