OS APUROS DE TONHÃO
Tonhão, sertanejo puro
Caboclo do sangue quente
Matuto, cabra da peste
Camponês experiente
De mão grossa e pé rachado
Do andar desengonçado
Um de nós, gente da gente.
Caboclo do sangue quente
Matuto, cabra da peste
Camponês experiente
De mão grossa e pé rachado
Do andar desengonçado
Um de nós, gente da gente.
Sujeito temente a Deus
E as tentações do diabo
Enrola cobra no braço
Prende a cabeça e o rabo
Tem força descomunal
Doma qualquer animal
Monta em qualquer touro brabo.
É agricultor valente
Disposto como ninguém
Como se fala na gíria
"Não abre nem para o trem"
É uma hiena enraivada
Mas amansa e não faz nada
Frente à mulher que ele tem.
Tonhão fora é preparado
Para o que der e vier
Mas em casa é diferente
Ele obedece a mulher
Entregou-se à mulherona
Gosta tanto dessa dona
Que só faz o que ela quer.
Pouco estudou e não tem
O fundamental completo
Mas mesmo assim sabe bem
Expressar seu dialeto
Toucinho, fava, buchada
Carne de porco torrada
É o prato predileto.
Mas com a gripe suína
Rondando por todo canto
Tonhão está em apuros
Com tristeza e desencanto
A mulher o fez sofrer
Proibindo de comer
O que ele gosta tanto.
Sem comer carne de porco
Tonhão está há um mês
E sem poder reclamar
O que a companheira fez
Descontente permanece
Porém não desobedece
A sua mulher Inês.
Ele já pensa em fugir
De tão severa fiscal
Pra comer carne e toucinho
Feito o pior canibal
Mas se a mulher souber disso
Vai ser grande o rebuliço
Tudo pode acabar mal.
Detesta comer galeto
Carne de bode e de vaca
Suporta isso calado
Mas atira, puxa faca
E faz pior que bandido
Se acaso um atrevido
Lhe chamar de manicaca.
Grosso assim como Seu Lunga
O afobado Tonhão
De máscara não quer saber
Nem lava as mãos com sabão
Só carne de porco evita
Vê-se que ele necessita
De mais orientação.
Quando ele escutava o rádio
Disse uma voz masculina:
- Sem comer carne de porco
Se pega a gripe ´suína
Assim não é prevenir
O importante é seguir
As normas da medicina.
Inês ouviu isso e disse:
- Meu plano ninguém consome
Essa falação dos médicos
É boato que se some
Tonhão, nem sinta alegria
Porque esta porcaria
Você estica e não come.
O Tonhão mesmo em apuros
A sua opção já fez
Não vai seguir o que os médicos
Recomendam dessa vez
É turrão, grosso e valente
Mas atende fielmente
Aos comandos de Inês.
E as tentações do diabo
Enrola cobra no braço
Prende a cabeça e o rabo
Tem força descomunal
Doma qualquer animal
Monta em qualquer touro brabo.
É agricultor valente
Disposto como ninguém
Como se fala na gíria
"Não abre nem para o trem"
É uma hiena enraivada
Mas amansa e não faz nada
Frente à mulher que ele tem.
Tonhão fora é preparado
Para o que der e vier
Mas em casa é diferente
Ele obedece a mulher
Entregou-se à mulherona
Gosta tanto dessa dona
Que só faz o que ela quer.
Pouco estudou e não tem
O fundamental completo
Mas mesmo assim sabe bem
Expressar seu dialeto
Toucinho, fava, buchada
Carne de porco torrada
É o prato predileto.
Mas com a gripe suína
Rondando por todo canto
Tonhão está em apuros
Com tristeza e desencanto
A mulher o fez sofrer
Proibindo de comer
O que ele gosta tanto.
Sem comer carne de porco
Tonhão está há um mês
E sem poder reclamar
O que a companheira fez
Descontente permanece
Porém não desobedece
A sua mulher Inês.
Ele já pensa em fugir
De tão severa fiscal
Pra comer carne e toucinho
Feito o pior canibal
Mas se a mulher souber disso
Vai ser grande o rebuliço
Tudo pode acabar mal.
Detesta comer galeto
Carne de bode e de vaca
Suporta isso calado
Mas atira, puxa faca
E faz pior que bandido
Se acaso um atrevido
Lhe chamar de manicaca.
Grosso assim como Seu Lunga
O afobado Tonhão
De máscara não quer saber
Nem lava as mãos com sabão
Só carne de porco evita
Vê-se que ele necessita
De mais orientação.
Quando ele escutava o rádio
Disse uma voz masculina:
- Sem comer carne de porco
Se pega a gripe ´suína
Assim não é prevenir
O importante é seguir
As normas da medicina.
Inês ouviu isso e disse:
- Meu plano ninguém consome
Essa falação dos médicos
É boato que se some
Tonhão, nem sinta alegria
Porque esta porcaria
Você estica e não come.
O Tonhão mesmo em apuros
A sua opção já fez
Não vai seguir o que os médicos
Recomendam dessa vez
É turrão, grosso e valente
Mas atende fielmente
Aos comandos de Inês.
Autor: Zé Bezerra
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