ESPECIAL - 80 anos da chegada de Frei Damião ao Brasil e 14 da sua morte NO NORDESTE
Escolher o próprio nome é privilégio de poucos. Pio Giannotti optou por ser Damiano, o capuchinho. Ao fazer a escolha, em 1915, não imaginava que a ele estaria reservado o Nordeste brasileiro. Nem o quanto o seu nome de missão representaria para a região, cujo conceito de lugar estava por se definir. Empurrado por mudanças na Igreja Católica, que substituiu os capuchinhos de Nápoles pelos de Lucca na tarefa de salvar almas nordestinas, o italiano miúdo aportou no Recife há 80 anos. Chegou Damiano, palavra de origem grega e significado "domador". Aportuguesaram-lhe o nome para Damião. Frei Damião de Bozzano.
Aprendendo a língua portuguesa, Damião, o recém-chegado, centrou a vida em missões religiosas. As Santas Missões. Em 66 anos de andanças pelo Nordeste, marcou vilas e cidades com sermões ortodoxos. Condenava o pecado. Combatia o protestantismo. Ameaçava os errantes com o inferno e prometia o céu a quem seguisse a religião. Em síntese, um homem preocupado com a doutrina católica. Tanta veemência o fez admirado ou rechaçado. Das críticas vieram os carimbos de conservador, apocalíptico, ingênuo. Da admiração, apóstolo, santo, místico. E homenagens em nomes de ruas, escolas e lojas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário