Folidó era um bébado que vívia nas ruas de Mungungue mendigando. Certo dia ele chega para uma senhora e pede uma esmola.
-- Dona por favor!! Me der um miudo sem ser de galinha...
A senhora encabulada com Folidó responde:
— Em vez de ficar pedindo esmolas, por que não vai trabalhar vagabundo?
-- Dona, estou pedindo é esmolas num é conselho não!
Mais na frente o mendigo bate à porta de uma dona de casa e pede outra esmola.
A mulher diz:
— Puxa, mas o senhor me parece tão forte e sadio, por que será que não consegue achar trabalho?
-- Oxente! Sei não, madame! Acho que é pura sorte! Folidó sai e ainda quebra a vidraça da senhora.
Encabulada dona Josefa chama o delegado e dar parte de Folidó. O delegado leva ele e já vai chegando na cela dando tapas na orelha e dizendo:
— Além de vagabundo é ingrato, né, malandro?
-- De jeito nenhum, doutor! — Disse o pobre coitado, protegendo a cabeça com as mãos.
— Como não? Várias pessoas que estavam na rua viram a cena! Você
bateu na porta de uma senhora, pediu comida, ela lhe deu um pão e você,
ao invés de agradecer, esperou ela entrar em casa e quebrou a vidraça da
cidadã caridosa com uma pedra!
— Não era pedra doutor! — disse Folidó, indignado — Era o pão que eu ganhei dela e rebolei na janela!
A forma de alguém definir o que é o caipira é quando ele olha no espelho e se vê dessa forma!
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