Essa casa fica no interior,
tão modesta, tão singela, tapera tão simplesinha dessas com apenas porta e janela que não carecem de trancas, precisando só de uma tramela.
Morada de alicerce feito de taipa,
divisórias de barro, areia e escoras o chão é de barro batido, as paredes são caiadas de branco sujeitas a intempéries de sol e chuvas.
A mobília? tão pobrezinha, mas suficiente: uma mesa, uns tamboretes, uma cama de junco um pote, dois prato e copos na copeira.
**************************************** Falo agora com emoção
De uma antiga moradia
Que existia no sertão
E hoje por ironia
São fotos do sertão
Terra do meu coração
Que vemos no dia a dia
Casa velha abandonada
Casa velha abandonada
Chão de barro batido
De palha era a latada
Banco velho esquecido
São fotos do sertão
Terra do meu coração
Por onde tenho vivido
Um pote na cozinha
Um pote na cozinha
De botar copo um tripé
Na mesa uma quartinha
Um bule de ferver café
São fotos do sertão
Terra do meu coração
Um povo de muita fé
Dependurado um candeeiro
Dependurado um candeeiro
Uma rede num torno
Um São Jorge Guerreiro
De barro tem um forno
São fotos do sertão
Terra do meu coração
Nordeste Brasileiro
Duas marrecas no terreiro
Duas marrecas no terreiro
Pedra de amolar inchada
Um galo bom no puleiro
Porta da cozinha quebrada
São fotos do sertão
Terra do meu coração
Lugar que faço morada
Colchão velho de palha
Colchão velho de palha
Lamparina entirnada
Uma cortina de malha
Espingarda enferrujada
São fotos do sertão
Terra do meu coração
Povo sem misturada
Quadro de Frei Damião
Quadro de Frei Damião
Foto de ator de novela
De lenha é o fogão
De barro é a panela
São fotos do sertão
Terra do meu coração
Lugar de moça donzela
Rádio em cima da banca
Rádio em cima da banca
Um ferro de brasa quente
Uma saleira branca
Na penteadeira um pente
São fotos do sertão
Terra do meu coração
Onde nasci e sou contente
Um silo cheio de feijão
Um silo cheio de feijão
Tambor cheio de milho
Filho pedindo a benção
Pai abençoando filho
São fotos do sertão
Terra do meu coração
Cheia de cor e de brilho
Paro agora de falar
Paro agora de falar
Dessa humilde morada
Que existia nesse lugar
Hoje não tem mais nada
Quando chega a idade
Só nos resta a saudade
De uma época passada
Só em fotos do sertão
Terra do meu coração
Para sempre será lembrada
Texto: Jatão Vaqueiro
Texto: Jatão Vaqueiro
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