sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O VELHO VAQUEIRO


O VELHO VAQUEIRO
O Velho vaqueiro chora 
Com saudades do passado. 
Mesmo c’ um nó na garganta 
Solta um aboio chorado 
Num relembrado penoso 
Lacrimeja o desditoso 
No seu canto acabrunhado.


Pita um cigarro de palha 
E puxa pela memória 
Buscando em cada pitada 
Um pouco de sua história 
Coloca e tira o chapéu 
Olha pro chão e pro céu 
Nas cenas da trajetória.


Hoje somente a saudade 
Habita seu coração. 
Pois morando na cidade 
Vive de recordação, 
E chora pela boiada 
Que por ele era tocada 
Nas quebradas do sertão.

*
Texto de Dalinha Catunda

Foto retirada do site oficial de Ipueiras

 DO BLOG JATÃO VAQUEIRO:
Mostrando sentimento
Minha querida Dalinha
Mostra o sofrimento
Do vaqueiro da terrinha
Que hoje mora na cidade
Vivendo a modernidade
Longe da vida que tinha

Não tem mais o terreiro
Cheio de galinha e pato
Não corre no tabuleiro
Atrás de boi no mato
Nem planta mais feijão
Pra comer com chambão
Que no sertão é bom prato

Fica a saudade do gado
Das vacas do curral
Do jumento encambitado
Chapéu de couro e bornal
Da novilha amarela
Que corria atrás dela
Dentro do mufumbal 

Mais a vida continua
E o vaqueiro afamado
Olhando o claro da lua
Ainda lembra do passado
Quando tangia boiada
Dentro da mata fechada
Num cavalo bem arreado

Texto: Jatão Vaqueiro

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