DEIXA-ME VOAR...
Gaviões-carcará sobre árvores, nos caminhos que nos levam à Umarizal-RN
Deixa-me voar...
Nasci para voar. Por que me
trancafias nesta gaiola fria? Por acaso tu queres me condenar à
solidão e ao desencanto somente porque aprecias o meu canto?
Olho para o céu e sonho com
as verdejantes montanhas. Penso nas flores silvestres: como devem estar
lindas depois das primeiras chuvas após este intenso verão!
Penso em meus irmãos. Pássaros livres e felizes que passam por aqui, me cumprimentam eu lhes respondo:
-Bom dia, acauã, asa branca, azulão!
-Boa tarde, carcará, curripião, garça branca, galo de campina, papagaio, rolinha-caldo-de-feijão, soldadinho-do-araripe!
-Boa noite, dona coruja!
E assim passam todos. Passam todos por mim e eu espero, espero por minha liberdade.
Onde estará o meu advogado? Onde encontrar o juiz que me conte os males que fiz? Os desatinos que cometi?
Preso porque canto? Porque sou belo e feliz? Condenado porque o homem nasce sem asas e quer roubar as minhas penas?
Ergo os meus olhos aos céus e
faço uma oração ao meu Criador: "Tira-me daqui, Senhor! E em meu lugar
coloca um bilhete aos caçadores cruéis, dizendo-lhes: Gostarias por
acaso de viveres acocorado nesta fétida gaiola a comer e a beber os
restos de um pasto sem sabor?"
Quebrem-se as gaiolas do mundo inteiro!
Quero o bem maior, o bem verdadeiro:
Voar pelo mundo como se fosse num cruzeiro...
Esse meu canto, que acabei
de escrever, é para que possamos refletir sobre nossas
atitudes equivocadas perante as Leis da Natureza.
Um raio de luz, esperamos
espargir para que acordemos de nosso sono milenar e possamos ver o
sofrimento que estamos a infligir às AVES que foram criadas para singrar
os céus; para voar e gozar da plena liberdade a que têm direito.
É inadiável esta questão.
Um dia, mais cedo ou mais tarde, todos veremos o tremendo erro que
cometemos, e aí talvez seja tarde demais para quebrarmos essas tristes
gaiolas.
Escrito e Postado por Mariângela Freitas, numa tarde de sexta-feira, quando seu coração ficou triste.
20 de Janeiro de 2012
Fonte:naturezaeeducacao.blogspot.com
DO BLOG JATÃO VAQUEIRO:
AQUI VIVEU UM CAMPINA
AVE DA CAATINGA DO SERTÃO,
E AGORA EM FORMA DE RIMA
MOSTRO AQUI ESSA PRISÃO.
QUE HOJE TEM PORTA ABERTA
PRA VÊ SE LHE DESPERTA
QUE LIBERDADE TA NO CORAÇÃO.
TEXO: JATÃO VAQUEIRO
PS: LENDO ESSE TEXTO, SOLTEI UM GALO DE CAMPINA QUE EU MESMO HÁVIA ENGAIOLADO.
Caro primo Jadson, foi com imensa alegria que li seu poema. Seu galo de campina levará com ele a gratidão eterna por sua atitude corajosa. Você deixou uma ave livre voar. Parabéns e bênçãos em sua vida!
ResponderExcluirMariângela