segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

GAIOLAS VAZIAS

DEIXA-ME VOAR...

 Gaviões-carcará sobre árvores, nos caminhos que nos levam à Umarizal-RN

Deixa-me voar...
Nasci para voar. Por que me trancafias nesta gaiola fria? Por acaso tu queres me condenar à solidão e ao desencanto somente porque aprecias o meu canto? 

Olho para o céu e sonho com as verdejantes montanhas. Penso nas flores silvestres: como devem estar lindas depois das primeiras chuvas após este intenso verão!

Penso em meus irmãos. Pássaros livres e felizes que passam por aqui, me cumprimentam eu lhes respondo:

-Bom dia, acauã, asa branca, azulão!
-Boa tarde, carcará, curripião, garça branca, galo de campina, papagaio, rolinha-caldo-de-feijão, soldadinho-do-araripe!
-Boa noite, dona coruja!

E assim passam todos. Passam todos por mim e eu espero, espero por minha liberdade.

Onde estará o meu advogado? Onde encontrar o juiz que me conte os males que fiz? Os desatinos que cometi?

Preso porque canto? Porque sou belo e feliz? Condenado porque o homem nasce sem asas e quer roubar as minhas penas?

Ergo os meus olhos aos céus e faço uma oração ao meu Criador: "Tira-me daqui, Senhor! E em meu lugar coloca um bilhete aos caçadores cruéis, dizendo-lhes: Gostarias por acaso de viveres acocorado nesta fétida gaiola a comer e a beber os restos de um pasto sem sabor?"

Quebrem-se as gaiolas do mundo inteiro!
Quero o bem maior, o bem verdadeiro:
Voar pelo mundo como se fosse num cruzeiro...

Esse meu canto, que acabei de escrever, é para que possamos refletir sobre nossas atitudes equivocadas perante as Leis da Natureza.

Um raio de luz, esperamos espargir para que acordemos de nosso sono milenar e possamos ver o sofrimento que estamos a infligir às AVES que foram criadas para singrar os céus; para voar e gozar da plena liberdade a que têm direito.

É inadiável esta questão. Um dia, mais cedo ou mais tarde, todos veremos o tremendo erro que cometemos, e aí talvez seja tarde demais para quebrarmos essas tristes gaiolas.

Escrito e Postado por Mariângela Freitas, numa tarde de sexta-feira, quando seu coração ficou triste.
20 de Janeiro de 2012

Fonte:naturezaeeducacao.blogspot.com


DO BLOG JATÃO VAQUEIRO:












AQUI VIVEU UM CAMPINA
AVE DA CAATINGA DO SERTÃO,
E AGORA EM FORMA DE RIMA
MOSTRO AQUI ESSA PRISÃO.
QUE HOJE TEM PORTA ABERTA
PRA VÊ SE LHE DESPERTA
QUE LIBERDADE TA NO CORAÇÃO.

TEXO: JATÃO VAQUEIRO 
PS: LENDO ESSE TEXTO, SOLTEI UM GALO DE CAMPINA QUE EU MESMO HÁVIA  ENGAIOLADO.

Um comentário:

  1. Caro primo Jadson, foi com imensa alegria que li seu poema. Seu galo de campina levará com ele a gratidão eterna por sua atitude corajosa. Você deixou uma ave livre voar. Parabéns e bênçãos em sua vida!
    Mariângela

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