SERTÃO DE COSTUMES ALTERADOS
Há mudanças ruins e outras boas
O estilo de vida das pessoas
Não é mais como era antigamente
Foi a televisão principalmente
Que chegando à morada do roceiro
Fez um adestramento tão ligeiro
Impôs hábitos dos mais modernizados
NO SERTÃO DE COSTUMES ALTERADOS
UMA MOTO É CAVALO PRA VAQUEIRO.
O vaqueiro também está mudado
Pouco aboia tangendo a vacaria
O seu terno de couro hoje em dia
Por não ser mais usado, está mofado
Pilotando uma moto tange o gado
Acelera e buzina o tempo inteiro
Se um bezerro entrar no marmeleiro
Esse aí vai ficar sem seus cuidados
NO SERTÃO DE COSTUMES ALTERADOS
UMA MOTO É CAVALO PRA VAQUEIRO.
Os efeitos da tal transformação
Provocados não só pela tevê
Foram tantos que hoje ninguém vê
Um vaqueiro encourado no sertão
Galopando num cavalo alazão
Perseguindo um boi no tabuleiro
Ao transpor socavão, despenhadeiro
Tinha os braços e pernas arranhados
NO SERTÃO DE COSTUMES ALTERADOS
UMA MOTO É CAVALO PRA VAQUEIRO.
É difícil corrida de argolinha
Ninguém vê capoeira de algodão
Não há mais as debulhas de feijão
As moagens e casas de farinha
As novenas de maio e ladainha
Um forró de latada no terreiro
Mesmo junto ao curral do fazendeiro
São raríssimos os baios arreados
NO SERTÃO DE COSTUMES ALTERADOS
UMA MOTO É CAVALO PRA VAQUEIRO.
Veio a moto pra substituir
O burrico, o jumento e o cavalo
Sertanejo envolvido no embalo
Uma nova cultura quer seguir
Brida e sela deixaram de existir
É difícil encontrar-se um cavaleiro
Porque mesmo que custe mais dinheiro
Os cavalos nas motos são trocados
NO SERTÃO DE COSTUMES ALTERADOS
UMA MOTO É CAVALO PRA VAQUEIRO.
Autor: Zé Bezerra
OBS. : Este mote em decassílabo foi composto pelo Dr. Alcimar Antônio de Souza
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