domingo, 16 de outubro de 2011

Se eu pudesse eu comprava minha infância, nem que fosse pagando a prestação...

A saudade bateu em minha porta
E eu pedi a Jesus nosso senhor
Que acalmasse no peito a minha dor
E eu lembrei do meu tempo lá na roça
De mamãe de baixo da palhoça
Machucando a carne no pilão
E sentado no testo de um caixão
Onde estava a boneca de Constância
Se eu pudesse eu comprava minha infância
Nem que fosse pagando a prestação

Dei três volta no carro da lembrança

E lembrei do meu saco cheio de bila
Que eu brinquei de buraco, palmo e tila
Se eu pudesse eu voltava a ser criança
Meu cavalo de talo a esperança
Que eu corria e ciscava pelo o chão
Da chaplã  que peguei meu azulão
Desse tempo mais ruim é a distância
Se eu pudesse eu comprava minha infância
Nem que fosse pagando a aprestação

Mas, o tempo deixou tudo morrer

Cai no poço, pião e contar história
Mas, eu nunca apaguei da memória
Os meninos, Eltom e Elcio de Tiê
De Gilvan e Lala de Ladiê
Dos garotos correndo de pé no chão
De Tiago e Israel de bola na mão
Esse tempo mais ruim é a distância
Se eu pudesse eu comprava minha infância
Nem que fosse pagando a prestação


(Lalauzinho de Lalau)    

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