segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

ALTERNATIVAS EM TEMPO DE SECA

Algaroba pode ser alternativa para semiárido
As algarobeiras estão espalhadas ao longo do leito do rio Apodi/Mossoró em vários municípios

A algaroba (Prosopis juliflora), que foi introduzida no semiárido nordestino nos anos 40 como alternativa para alimentação dos animais e uso da madeira para construção, cercas e carvão vegetal, mas acabou sendo preterida pelos agricultores da região, poderá ser novamente aproveitada na região. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Semiárido, localizada em Petrolina (PE), desenvolve projeto que objetiva favorecer a exploração produtiva da algaroba sem causar maiores danos ao meio ambiente e promover o aproveitamento das vargens para produção de forragem.
O professor-doutor Benedito Vasconcelos Mendes, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), especialista em algaroba e um dos defensores da retomada do plantio da árvore na região, diz que a algaroba é de grande importância para melhorar a qualidade de vida dos produtores do semiárido. Além de produzir madeira de qualidade para estacas, carvão e uso em fornos industriais, ele oferece ainda as vagens para a produção de forragem e farinha para alimentação humana. “A algarobeira possui uma estrutura biológica que ajuda na fixação do nitrogênio ao solo e na recuperação de áreas degradadas. No entanto, é preciso acompanhamento, tendo em vista que, se mal manejada, pode ser extremamente agressiva, é capaz de invadir habitats naturais e inibir a regeneração das espécies da caatinga, reduzindo a biodiversidade vegetal do bioma”, esclarece.
Ele lembra que quando foi introduzida no Nordeste, na década de 40, essa árvore trazida do Peru não recebeu o manejo adequado e, por isso, se espalhou de forma desordenada sobre extensas áreas com maior umidade do solo.
O projeto "Manejo de áreas invadidas por algarobeira"
O projeto desenvolvido pela Embrapa Semiárido intitulado "Manejo de áreas invadidas por algarobeira" conta com recursos do Programa Nacional de Diversidade Biológica (PRONABIO) e está sendo executado em parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Diretoria de Desenvolvimento Florestal da Secretaria de Agricultura da Bahia. Os trabalhos serão desenvolvidos nos próximos dois anos em dez áreas de invasão dessa espécie localizadas no Piauí, Paraíba, Bahia e Pernambuco.
Para o pesquisador Paulo César Fernandes Lima, da Embrapa Semiárido, a retomada da algaroba merece uma abordagem mais ampla da sua presença no ambiente da caatinga. É difícil estabelecer uma regra que a caracterize estritamente como benéfica ou vilã. Na opinião do pesquisador, há várias questões de ordens econômica e ecológica que precisam ser observadas para se poder estabelecer um valor para a planta. “Uma coisa deve se levar em conta: se mal manejada, a espécie é capaz de causar grandes malefícios, principalmente os de ordem ambiental”, alerta.
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