segunda-feira, 30 de abril de 2012

NÃO ARREDO O PÉ DAQUI...

 Peço a Deus inspiração
Pra falar do sertanejo
Homem simples do nordeste
E que da terra faz o traquejo
Trabalhando noite e dia
Com o coração cheio de alegria
Porque esse é o seu desejo

Profunda é a dor do sertanejo
Quando seca a vazante no sertão
Pra ele é o final da safra
De batata, arroz e feijão
O dia amanhece chorando
A noite chega sangrando
Maltratando seu coração

Seu pensamento é na família
Com medo da precisão
De ver a mulher e os filhos
Com a fome de um leão
E não poder fazer nada
Pois não houve a invernada
Para ele plantar nesse chão

E começa a faltar tudo
Na cristaleira da cozinha
Só resta uma rapadura
E dois quilos de farinha
Pra dar de comer a família
Que com fome faz virgília
Rezando de joelho uma ladainha

É triste essa situação
De seca no meu nordeste
Por isso peço a Deus Pai
Clemência para o cabra da peste
Que da terra é um agricultor
Sem diploma de doutor
Mais honra as calças que veste

Um trabalhador natural
Que já nasce concursado
Com os ensinamentos da vida
Desde criança é preparado
A ele trabalho não mete medo
E não tem nenhum segredo
Seja na vazante ou no roçado

Eu vou ficando por aqui
Gosto quando falo do sertão
Só não gosto muito quando falo
Da estiagem nessa região
Mais não arredo o pé daqui
Não adianta nem insistir
O meu natural é esse torrão
Isso é o que pensa JATÃO
Daqui jamais vou partir


               Texto: Jatão Vaqueiro

2 comentários:

  1. Caro primo Jadson, cada vez mais admirando a sua inspirada veia poética e agora que a seca parece nos consumir, vc nos dá de presente estes belos versos vindos de sua alma sensível.
    Abraços!

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  2. Olá Jatão,
    É um prazer passar por aqui e ler seus versos sobre sertão.
    Parabéns por este canto nordestino.
    Um abraço,
    Dalinha

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