Na Bahia Ministério Público quer que vaqueiros desfilem sem os cavalos
VAQUEIRO SEM CAVALO, PODE UM NEGÓCIO DESSE ???
Um dos momentos mais tradicionais da manifestação popular no desfile de 2 de Julho, em Salvador, corre o risco de não acontecer este ano. Recomendação do Ministério Público do estado sugere que os 'Encourados de Pedrão', que representa a participação dos vaqueiros na guerra pela independência da Bahia, participem do desfile sem os cavalos. A solicitação foi impetrada no MP pela Associação de Proteção dos Animais da Bahia.
A entidade já moveu ações no MP envolvendo animais que eram usados em outras duas grandes manifestações do estado: o desfile do Bonfim e a lavagem do Garcia, que acontecem em Salvador. Segundo Ana Rita Tavares, do Movimento Humanitário Pró-Animal e da ONG Terra Verde Viva, a proibição pretendida por organizações que militam na causa se deve aos maus-tratos sofridos pelos animais. “O primeiro mau-trato é aquele que retira o animal do seu habitat natural para inseri-lo em um contexto de barulho, em que pessoas que se embriagam e jogam bebidas nos olhos dos animais, nas narinas. Eles sofrem demais”, comenta
História
A tradição dos ‘Encourados de Pedrão’ é a manifestação popular mais antiga do município Pedrão, que fica a 131 km de Salvador. Foi iniciada há mais de 180 anos, como parte das comemorações da independência da Bahia. O grupo é formado por 40 cavaleiros, que representa a participação dos vaqueiros na expulsão dos portugueses em 1823. Há quase dois séculos são eles que abrem o desfile de 2 de Julho, que sai da Lapinha e vai até o Campo Grande, em Salvador. Vestido a caráter, os vaqueiros completam todo o percurso montados a cavalo. “Vaqueiro tem que ter o cavalo. Se é a tradição do desfile dos encourados tem que ser usado”, opina a professora Angélica Souza.Erasmo Carvalho é um dos vaqueiros que desfila nas comemorações do 2 de Julho. Ele participa há 22 anos, afirma que discorda sobre a interferência e diz estar desanimado. “Não dá certo, não, acho que não tem como irmos. Eu já vi uns três ou quatro dizendo que não vão”, relata.O escritor José Galdino se junta à luta em poesia. “O que a Bahia consagrou, na luta pela independência, heróis e vencedores. Por essa terra eu amor, a minha terra é lembrada. Bahia, Brasil, Pedrão, o final da caminhada”.
FONTE: BLOG PARQUE LUIZ ALVES DOS SANTOS
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