sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Marcas da Passagem de Lampião pelo RN

     A História da Capela de São Sebastião
Um dos aspectos mais interessantes não aponta apenas para os relatos de lutas, resistências, arroubos de valentia, covardias, ou sobre o alivio em relação à fuga dos cangaceiros. Foi possível encontrar em alguns locais, interessantes situações originadas pelo medo da passagem de Lampião, que geraram manifestações que se perpetuam até hoje.



Comento especificamente sobre uma ermida encontrada no alto de um promontório denominado Serra da Veneza, próximo ao sítio Garrota Morta, na fronteira entre os municípios de Antônio Martins e Pilões. Nesta elevação granítica, que segundo o mapa da SUDENE chega a atingir a altitude de 555 metros, existe uma capela edificada em razão do medo provocado pela passagem do bando.



Primeiramente havíamos recebido uma informação que este pequeno templo fora erguida pelo fazendeiro Manoel Barreto Leite, conhecido na região como "Seu Leite", proprietário de um sítio conhecido como Veneza e localizado próximo a esta serra. Esta informação dava conta que todos os anos, a família do proprietário rural mandava rezar uma missa como forma de marcar mais um aniversário da libertação de Barreto do julgo do bando. Tanto a construção da capela como a missa rezada anualmente eram parte de uma promessa que devia ser cumprida pela família Leite.


Na tarde do dia 11 de junho de 1927, um sábado, quando empreendia uma viagem, na altura do sítio Corredor, a cerca de dez quilômetros de sua propriedade, o fazendeiro Manoel Barreto Leite, foi capturado pela fração do bando comandado por Sabino. Sua libertação foi orçada em cinqüenta contos de réis. O mesmo só foi libertado em Limoeiro, atual Limoeiro do Norte, no Ceará, após a derrota do bando em Mossoró.

Manoel Leite era um homem conhecido na região, que possuía bons recursos financeiros e extremamente respeitado, por esta razão a existência da capelinha branca no alto da serra homônima de sua propriedade, ficou associada a uma promessa feita pelo fazendeiro seqüestrado.

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