O filho do boi carrapeta deixa triste o parque J. Galdino-PE
Clara Marinho
Vaqueiro acostumado a derrubar boi, por maior que o bicho seja, sempre tem uma força ou jeitinho a mais e termina colocando o danado no chão. Mas com o Boi Carrapeta, qualquer vaqueiro, pequeno, grande, forte, magro, qualquer que fosse, sempre seria o mocinho nas histórias de gado, porque o carrapeta nunca caiu, nunca foi botado no chão em mais de vinte anos. De tão danado que ele era, deixou um herdeiro, o Carrapetinha.
Com a mesma genética, velocidade e prazer em dar trabalho a vaqueiro, igual ao pai, Carrapetinha correu nas pistas do Parque J. Galdino por dezessete anos, botou medo em competidor, desafiou vaqueiro e deu orgulho à torcida que vibrava a cada apresentação. Há cerca de três anos, o boi sofria de câncer e não corria mais, apenas se apresentava, no domingo, durante a vaquejada de setembro. Na tarde desta terça-feira, 15, ele morreu e deu descanso aos vaqueiros que morriam de medo do bicho. Afinal, todo vaqueiro é ‘cabra arrochado’ e não quer perder a fama. Mas, o Carrapetinha vai deixar saudades. Ele, seguindo os passos do pai Carrapeta, ajudou a perpetuar a cultura nordestina.
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