Padim Ciço Romão
Peço agora a vocês
Que me traga inspiração
Pra falar do meu Nordeste
Que vive um cabra da peste
Conhecido por Jatão
Aqui faço morada
Não nego meu natural
Sou do oeste potiguar
Da cidade de Umarizal
Um cabra nordestino
Criado desde menino
Do sertão ao litoral
Dessas terras tão sofridas
Se ver gente indo embora
Com o peito cheio de dor
Pela seca que devora
Botando o pé na estrada
Deixando sua morada
Indo pelo mundo afora
Eu vou ficando por aqui
Não saio desse lugar
Só saio quando um dia
A morte vier me buscar
Ainda saio escramunsando
Dando trabalho e chutando
Quem meu caixão carregar
Vou ser enterrado aqui
Quero essa terra adubar
Desejo aqui minha cruz
Marcando meu lugar
Pois na alegria e riqueza
Na dor e na pobreza
Aqui é bom estar
Nascido e criado aqui
Sei o espinho onde estar
Pobreza por pobreza
Sou pobre em qualquer lugar
Tanto aqui no nordeste
Como lá no sudeste
É a mesma coisa meu penar
Da terra tiro o sustento
Arroz, milho e feijão
No terreiro tenho galinha
No chiqueiro um barrão
No curral uma vaquinha
Parida com uma bizerrinha
E um touro barbatão
No açude curimatã
Traira grande e carar
Um burro velho brabo
E um jogo de casuar
Espingarda bate-buxa
Uma bola de couro muxa
Pra de tarde nós jogar
O que posso querer mais?
Tenho tudo no sertão
Minha vida é aqui
E não em outro rincão
Mesmo a seca castigando
E meu Nordeste secando
Não abandono esse chão
Sou devoto de Padim Ciço
Do Frade frei Damião
Não troco meu Nordeste
Por nenhuma região
Gosto da minha terra
E é assim que encerra
Essa nossa discussão
Sou matuto arretado
Na caatinga fui criado
E meu nome é Jatão
Texto: Jatão Vaqueiro
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