terça-feira, 28 de outubro de 2014

DALINHA CATUNDA (GRANDE POETISA)

NO TANGER DA BOIADA

Os antigos já diziam,
E este dito eu abono,
Que só se amarra o burro
A vontade do seu dono
Em qualquer situação
Respeito essa condição
Mesmo que me furte o sono.
*
O que faz você sorrir
Pode me fazer chorar
O que a mão cruel plantou
Eu vejo se propagar
Diante do ferro quente
A boiada obediente
É fácil de se tocar.
*
Se a boiada estourar
O castigo é passar fome
O bornal carrega o ferro
Que tatuou o seu nome
Bote a cara no cabresto
Enfie a boca no cesto
Fique sem brio e sem fome.
*
Na vaquejada da vida
Quem tem o laço na mão
Também tem a garantia
De assistir o boi no chão
Que depois de dominado
Pelo rabo é segurado
Ante o aplauso do patrão.
*

Versos e foto de Dalinha Catunda

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