Chego agora mais uma vez
Cheio de fé e de luz
Pra falar do meu sertão
Se me permitir Jesus
Quero falar de uma dor
Que só mesmo o Salvador
Por ela passou na cruz
É uma dor de abandono
É uma dor de desilusão
Dor que maltrata o sertanejo
Dor que maltrata nosso chão
É a temida seca tirana
Que de forma soberana
Maltrata nosso torrão
Como dizia Luiz Gonzaga
Cantando "A triste partida"
"Meu Deus, meu Deus
O que será da minha vida"
Pensando consigo
Diz ainda "isso é castigo
Como é dura a nossa lida"
Sem chuva na terra
Fica triste o agricultor
O resto da fé foge do peito
Que ele tem em nosso Senhor
Por não aguentar mais
Ver a morte dos animais
Na caatinga é grande o fedor
Sem ter o que fazer
Sem ter milho e feijão
Se desespera o sertanejo
Passando tanta precisão
E descide naquela hora
Que a família vai embora
Vão deixar o sertão
A partida é dolorosa
Do caboclo nordestino
Que nasceu nessa terra
E foi criado desde menino
Dentro da lama e do paú
Tendo que ir para o sul
Como um fiel peregrino
Não é nosso costume
De ser pau mandado
É duro de aguentar
Pelo sulista ser maltratado
Nós somos fortes e bravos
E viver como escravos
E viver como escravos
Não estamos destinados
Por isso meu padim
Peço agora sua atenção
Este locutor que vos fala
Mais conhecido por Jatão
Ama o nosso Nordeste
Espero que ninguém conteste
Respeitem minha opinião
E daqui do meu sertão
Só saio num caixão
Pois sou cabra da peste
Das corridas de mourão.
Texto: Jatão Vaqueiro
Ótimo!
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