Seu doutor cum licença
Me adiscurpa por favor
Sacordei de madrugada
Na hora que o galo cantou
Pra ouvir a programação
Do meu padim Jatão
Que é um paidégua lecutor
Mermo no cagar dos pinto
Ele chega ca zuada
Mintindo que só a peste
Como uma cobra criada
Mais é cabra bom de rima
E logo se anima
No calor da vaquejada
Pede logo a Alzira
Uma caneca de café
Quente, amaigo e forte
Ruim que nem rapé
Pro mode começar o dia
Com munta alegria
Do geito ca negada quer
E vai trazendo pa nós
As nutiça boa ou ruim
Do agricutor do sertão
Que veve nesse confim
Longe la da cidade
E tem necessidade
De ouvir o que diz o raidim
Jatão é assim compadre
Gosta tombém dum cordel
Tanto grita no microfone
Como escrivinha no papel
Fala coisas do nosso sertão
Com palavras do coração
Que Deus manda lá do Céu
Fala da seca tirana
De Virgulino Lampião
Fala de meu Padim Ciço
Do frade frei Damião
Da famosa vaquejada
De bode fala da buxada
E ainda do xaxado de Gonzagão
Adespois mais tarde
Lá vem denovo Jatão
Cum a ta de Munguengue
Cidade do meu sertão
Queu nunca ouvi falar
E ele diz que vai pra lar
E ta formando uma lotação
Padim eu num sei quem mente mais
Se é jatão ou Leozinho
Sei que os dois ao cagar dos pintos
Cada um mente um bocadinho
E Papacum e Alzira
Fica que nem macambira
No canto escondidinho
Texto: Jatão Vaqueiro
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