O DIA AMANHECENDO NA CASA DE COMPADRE ZÉ
O DIA QUANDO QUILAREIA
AQUI NO NOSSO SERTÃO
DEPRESSA ECÔA O GALO
SUA LINDA CANÇÃO
CACAREJA A GALINHA
MUJE A VACA PINTADA
LATE O CACHORRO TRIGUEIRO
E ESPERNEIA A BEZERRADA
CANTA O CAMPINA O SABIÁ
O CONCRÍS E O AZULÃO
GRITA NO CAMPO A SERIEMA
RELINCHA O JUMENTO TUNGÃO
A CABOCA SE ALEVANTA
E VAI FREVER UM CAFÉ
LOGO AO QUEBRAR DA BARRA
JUNTO MAIS COMPADRE ZÉ
O VEI PASSA ÁGUA NA CARA
E PEDE UM PANO A MARIA
ELA TRÁS UM RETALHO
DE SACO DE PADARIA
A VEIA BOTA O CAFÉ
NUM CANECO ENFERRUJADO
AMARGO COMO JILÓ
QUENTE E ARRETADO
ELE VAI TRABÁIA NA ROÇA
LUGAR ONDE VAI TODO DIA
COM A INCHADA NAS COSTAS
E A BARRIGA VAZIA
DONA MARIA FICA EM CASA
ESPERANDO ZÉ VORTAR
PERPARANDO O FEIJÃO
PRO MODE ELE ARMUNÇAR
DE TARDE ELE VAI DE NOVO
ATÉ O SOL SE PÔR
ELE GOSTA DESSA VIDA
ACHA MIÓ QUE SER DOUTOR
E ASSIM ELES VAI VIVENDO
AQUI NO NOSSO TORRÃO
COMPADRE ZÉ E A MUIER
NÃO ARREDA PÉ DESSE CHÃO
GOSTAM DE FORRÓ E VAQUEJADA
CANTORIA, XAXADO E BAIÃO
DIBUIA DE FEIJÃO NO ALPENDRE
CACHAÇA, MOCOTÓ E PIRÃO
RÁDIO SÓ SE FOR LIGADO
NO PROGRAMA DE JATÃO
CABRA DA PESTE DO SERTÃO
EITA LOCUTOR ARRETADO.
TEXTO: JATÃO VAQUEIRO
Jadson, adorei seu poema. Está muito bom mesmo!
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