Mandacaru é fonte para alimentação do gado na seca
Agricultor corta mandacaru em Canindé
Canindé: Os agricultores deste município estão usando o mandacaru como fonte alternativa de alimentação do gado no atual quadro de seca na região. O Sítio Jacinto, de propriedade do pecuarista Lauro Paz Sobrinho, no distrito de Targinos, zona rural de Canindé, tem hoje apenas 35 cabeças que ainda resistem à longa estiagem. Em meio à vegetação sem cor da caatinga, o verde que ainda chama a atenção vem das cactáceas, espécies adaptadas ao clima quase desértico da região. O mandacaru, por exemplo, suporta até três anos sem chuva. As plantas espinhosas podem ser ótima fonte de alimento para os animais, uma vez tratadas para o manejo adequado.
Há um dito popular no sertão que o mandacaru "não dá sombra nem encosto", mas neste momento crítico de estiagem vem tendo um papel muito importante para matar a fome dos animais. Em Canindé, agricultores estão fazendo grande esforço para alimentar o gado. A planta precisa ser cortada e queimada para eliminar os espinhos. Com o período prolongado de estiagem, a técnica vem sendo usada pelos vaqueiros do sertão.
O transporte só é possível em lombos de animais
Preocupação
Ari Neto Abreu Paz, que coordena a luta diária, diz que existe uma preocupação muito grande em preservar essa espécie. "Nós cortamos o mandacaru, mas ao mesmo tempo fazemos o replantio, porque no futuro mais gente vai precisar dessa alternativa".
O alimento sacia a fome do gado FOTO: ANTÔNIO CARLOS ALVES
"A cada mandacaru cortado, nós plantamos um. Assim a natureza vai permanecer intacta e, no futuro, outras gerações irão fazer o mesmo que estamos fazendo hoje", ressalta.
A água chega de uma cacimba feita no leito do Rio Jacinto. Passa por dois processos. Primeiro é levada até uma caixa numa distância de 300 metros e, em seguida, jogada para um reservatório de 2.300 litros, que a partir daí é colocada em depósitos que matam a sede animal.
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