Maior seca em 30 anos prejudica agricultura familiar no Nordeste
-A maior seca
registrada no Nordeste nos últimos 30 anos vem prejudicando a
agricultura familiar no sertão do Rio Grande do Norte, onde pequenos
produtores perderam toda a produção de algodão e milho este ano,
constatou a AFP
"No ano passado produzi bastante, 800 kg de algodão
em pluma, 300 kg de gergelim, 1.000 kg de milho e 400 kg de feijão. Este
ano plantamos as sementes, mas, como não choveu, perdi tudo", disse o
agricultor José Holanda de Moraes, 43 anos, do assentamento Moacir
Lucena de Apodi, Rio Grande do Norte.
Para Holanda, que recebe ajuda do projeto de apoio à agricultura familiar sustentável Dom Helder Câmara, do governo federal, o prejuízo deste ano será de 1,5 mil reais. Em seu lote de 19,5 hectares, uma área desapropriada em 1999 para a reforma agrária, ele produz além de milho e algodão, feijão, gergelim, abóbora e melancia.
A estimativa é de que a chuva do primeiro semestre nas regiões do sertão do Nordeste não tenha ultrapassado os 150 mm, quando são necessários ao menos 600 mm para que se produza sem irrigação - como é o caso da maior parte das pequenas propriedades rurais do semiárido nordestino.
Segundo a Secretaria Nacional de Defesa Civil, há 1.134 municípios do semiárido brasileiro em situação de emergência por causa da estiagem.
Casada e mãe de um filho de 13 anos, Ivone Brilhante, 36 anos, agricultora do assentamento Cido Góes, também em Apodi, perdeu toda a sua produção de milho e algodão, que dava a ela uma renda mensal de cerca de um salário mínimo.
"Este ano está complicado, porque não tivemos inverno, a chuva foi pouca. Não vamos ter o mel da apicultura, teremos que vender animais para conseguir renda", disse.
O mesmo ocorreu com o agricultor José Mario Sousa. Ex-"meeiro" - agricultor que planta em terra alheia e divide os resultados com o dono -, ele perdeu toda a produção de milho que vende para compradores locais e de algodão que vende para a uma empresa de roupas.
"Tenho 51 anos e sempre trabalhei com agricultura. Este foi o primeiro ano em que o inverno foi tão seco que eu não consegui produzir nada", disse, completando que foi obrigado a fazer "bicos" para sustentar os três filhos.
José Mario explica que apenas com a irrigação é possível produzir em época de seca, só que a instalação de um poço é muito cara para os pequenos agricultores, com preços variando de 50 mil reais a 150 mil reais dependendo da profundidade.
O governo federal disponibilizou uma linha de crédito emergencial para os produtores afetados pela seca, explica Rosane Gurgel, supervisora do projeto Dom Helder Câmara, ligado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário.
"Há uma linha de crédito em que o agricultor pode tomar até 12 mil reais", explica Rosane, completando que a seca é a realidade do semiárido: "Convivemos com isso ano sim e ano não, temos que ter estratégias para lidar com o problema".
lb/dm
Para Holanda, que recebe ajuda do projeto de apoio à agricultura familiar sustentável Dom Helder Câmara, do governo federal, o prejuízo deste ano será de 1,5 mil reais. Em seu lote de 19,5 hectares, uma área desapropriada em 1999 para a reforma agrária, ele produz além de milho e algodão, feijão, gergelim, abóbora e melancia.
A estimativa é de que a chuva do primeiro semestre nas regiões do sertão do Nordeste não tenha ultrapassado os 150 mm, quando são necessários ao menos 600 mm para que se produza sem irrigação - como é o caso da maior parte das pequenas propriedades rurais do semiárido nordestino.
Segundo a Secretaria Nacional de Defesa Civil, há 1.134 municípios do semiárido brasileiro em situação de emergência por causa da estiagem.
Casada e mãe de um filho de 13 anos, Ivone Brilhante, 36 anos, agricultora do assentamento Cido Góes, também em Apodi, perdeu toda a sua produção de milho e algodão, que dava a ela uma renda mensal de cerca de um salário mínimo.
"Este ano está complicado, porque não tivemos inverno, a chuva foi pouca. Não vamos ter o mel da apicultura, teremos que vender animais para conseguir renda", disse.
O mesmo ocorreu com o agricultor José Mario Sousa. Ex-"meeiro" - agricultor que planta em terra alheia e divide os resultados com o dono -, ele perdeu toda a produção de milho que vende para compradores locais e de algodão que vende para a uma empresa de roupas.
"Tenho 51 anos e sempre trabalhei com agricultura. Este foi o primeiro ano em que o inverno foi tão seco que eu não consegui produzir nada", disse, completando que foi obrigado a fazer "bicos" para sustentar os três filhos.
José Mario explica que apenas com a irrigação é possível produzir em época de seca, só que a instalação de um poço é muito cara para os pequenos agricultores, com preços variando de 50 mil reais a 150 mil reais dependendo da profundidade.
O governo federal disponibilizou uma linha de crédito emergencial para os produtores afetados pela seca, explica Rosane Gurgel, supervisora do projeto Dom Helder Câmara, ligado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário.
"Há uma linha de crédito em que o agricultor pode tomar até 12 mil reais", explica Rosane, completando que a seca é a realidade do semiárido: "Convivemos com isso ano sim e ano não, temos que ter estratégias para lidar com o problema".
lb/dm
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