terça-feira, 24 de julho de 2012

A morena que calou o malandro



Amigos,
Este é meu primeiro cordel editado pelo PROJETO CESC CORDEL, de Juazeiro do Norte que tem patrocinado e divulgado a cultura popular como ninguém.
Devo minha participação a poeta cordelista Josenir Lacerda, referência em Literatura de cordel que não mediu esforços para que tudo se concretizasse da melhor maneira possível.
A MORENA QUE CALOU O MALANDRO                    
*
01
Vou contar uma história
Preste atenção, por favor,
Sobre um sujeito malandro
E muito paquerador
Era Don Juan famoso
Elegante bem charmoso
Metido a conquistador.
02
Toda mulher que ele via,
Corria para cantar,
Dizia paro os amigos:
Mais uma vou conquistar!
E tinha mesmo razão
Pois provocava paixão
Era cantar e ganhar.
03
Seu reinado durou muito
Ate que se apaixonou
Por uma linda morena
Que o malandro enfeitiçou
Ele fez o que podia
Fez até feitiçaria
Mas a gata não ganhou.
04
E dizem que fez promessa
Pra pagar no Juazeiro,
Porém a de São Francisco
Ele foi pagar primeiro.
Fez o percurso a pé
Pra pedir em Canindé
Esta graça ao padroeiro.
05
Foi na igreja de crente,
Foi na macumba também,
Porém nada da morena
Para ele dizer amém.
Aquele que só sorria,
Agora se maldizia
Por não conquistar seu bem.
06
Foi então que resolveu
A tal morena encarar,
Só faltou uma viola
Para o cabra acompanhar.
E feito o dono do mundo
Ele respirou bem fundo,
Querendo desafiar.
07
Passou a mão nos cabelos,
Foi alisando o bigode.
Ajeitou o colarinho
E como quem tudo pode,
Foi procurar a trigueira,
Aquela deusa brejeira
Princesa de sua ode.
08
Com andar cadenciado
Com jeito de gostosão,
Deu umas passadas rápidas
Mostrando disposição
E como quem nada quer,
Encarou a tal mulher,
Que ganhou seu coração.
09
Ela encarou o Don Juan,
E sua língua não parava.
E tudo que ele dizia
Ela logo retrucava,
Foi bem longa esta peleja
Eu quero que você veja
Como a moça contestava.

Um comentário:

  1. Querido amigo Jatão,
    Estou aqui mais uma vez agradecendo sua gentileza de sempre estar postando meus textos em seu espaço.
    Meu abraço carinhoso,
    Dalinha

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