segunda-feira, 22 de setembro de 2014

CANDIDATOS AO GOVERNO DO RN

Propostas para o Rio Grande do Norte - Agricultura e Pecuária
Do sertão aos limites com o litoral potiguar, a escassez de chuvas nesses três anos ampliou os desafios do próximo chefe do Executivo estadual a partir de 1º de janeiro de 2015. A estiagem prolongada desnudou problemas sazonais, e não menos recorrentes, que na maioria das vezes implicam reações pontuais e paliativas. 

A escassez de chuvas nesses três anos ampliou os desafios do próximo chefe do Executivo estadual.
O setor defende menor dependência em relação às chuvas e projetos capazes de oferecer resultados mais duráveis. 
Empresários e entidades que representam os trabalhadores são unânimes quanto à necessidade de acabar com os chamados arranjos momentâneos e que, ao invés de unir o setor, mantém os diferentes segmentos produzindo de maneira desarticulada. Os candidatos receberam, há duas semanas, em encontro na Faern em Natal, um documento sobre o que esperam do chefe do Executivo para os próximos quatro anos.

Entre as prioridades, há a interligação das bacias hidrográficas, através de obras que viabilizem a transposição do Rio São Francisco em solo potiguar; a construção de um novo porto; a ampliação da assistência técnica rural e de investimentos que garantam acesso à saúde, educação, segurança e renda para o homem do campo. Na edição deste sábado (20) a TRIBUNA DO NORTE dá sequência à serie “Propostas para o Rio Grande do Norte” com os cinco candidatos ao Governo, e a pergunta feita a cada um foi: “Qual sua política pública para a a agricultura e pecuária no RN?". Conheça as propostas.

Araken Farias - PSL
Para a área de agricultura e pecuária do Rio Grande do Norte o governo de Araken Farias irá buscar uma sincronia com todos os órgãos envolvidos - Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Idema, EMPARN, INCRA, Emater, Secretaria de Estado de Assuntos Fundiários e Apoio à Reforma Agrária, Secretaria da Agricultura, da Pecuária e Pesca, IBAMA, Serviço Florestal e Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável. Vamos realizar um estudo que possa mapear os imóveis rurais em busca da regularização ambiental das propriedades por meio do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Com esses dados vamos também planejar de forma mais adequada os investimentos logísticos para escoar a produção no Estado. Ampliar a agricultura industrial sem agrotóxicos (mercado de alto valor agregado e dentro dos parâmetros de vida saudável). Garantir a alimentação dos animais durante grandes períodos de seca através do uso de feno, uma das alternativas mais viáveis para os sistemas de produção. Será intensificada a perfusão de poços em todo o Estado, permitindo a todos o acesso à água. Vamos trazer para perto do Governo os pecuaristas, produtores de leite e agricultores, para juntos trabalharmos pelo RN.

Henrique Eduardo Alves - PMDB
O Rio Grande do Norte tem tradição na pecuária(tanto bovina quanto caprina e ovina), no agronegócio e na agricultura familiar. O distanciamento por parte do governo e os efeitos danosos da seca têm ameaçado o desenvolvimento e até mesmo a sobrevivência desses setores no Estado. Apesar de contar com uma estrutura capaz de oferecer serviços de extensão rural, pesquisa e defesa sanitária animal, a Secretaria Estadual da Agricultura tem sido alvo de constantes reclamações, por se omitir diante das dificuldades vividas pela área. Emater, Emparn e Idiarn precisam intensificar a interatividade com os produtores. Vamos fazer isso por meio do Conselho Estadual de Desenvolvimento Sustentável, que será encarregado de articular e planejar ações em conjunto com os conselhos municipais. Dessa forma iremos identificar as necessidades que os setores demandam, buscando soluções por meio de parcerias. Melhoria das condições de acesso ao crédito e da infraestrutura logística, criação de programas de compra governamental da produção, e aperfeiçoamento do programa estadual do leite, serão alguns dos objetivos da política pública para a área em meu governo.

Robério Paulino - PSOL
O governo do PSOL apoiará fortemente o setor. Mas nossos princípios não serão a busca do lucro a qualquer custo e sim a segurança alimentar da população e o desenvolvimento sustentável. Nossa agropecuária é ainda muito primitiva. Os desmatamentos e as queimadas degradam o clima. Nosso sertão está virando deserto, o que precisa ser revertido urgentemente, com o plantio de milhões de árvores, nativas e frutíferas, além da construção de milhares de cisternas-calçadão para acumular a água da chuva. O Brasil prioriza o latifúndio e o agronegócio de exportação e ainda não fez a Reforma Agrária, como fizeram o Japão, a Coréia do Sul e os EUA. Vamos acelerar a Reforma Agrária em propriedades acima de 500 hectares, especialmente as improdutivas, e priorizar a agricultura familiar para baixar o preço dos alimentos. Apoiaremos os pequenos produtores, com garantia de compra e preços mínimos. Queremos ampliar o programa do leite, e, além de distribuir para as famílias carentes, oferecê-lo na merenda escolar e nos restaurantes populares. Vamos instalar grandes agroindústrias, especialmente para frutas, como manga e caju, cuja polpa se perde em torno de 50% podre no chão. No governo do PSOL resgataremos essa imensa riqueza desperdiçada.

Robinson Faria - PSD
No setor rural do RN residem cerca de 700 mil pessoas, e é nesta área onde também se encontram os piores indicadores sociais do Estado. Considerando que uma proporção expressiva dessa população mora no semiárido e pratica uma agricultura de sequeiro e de subsistência, esse setor terá uma atenção especial no nosso governo. Recompor a capacidade de atuação da Emater uma vez que a empresa está sucateada e praticamente não cumpre o seu principal papel de assistência técnica ao homem do campo, bem como consolidar a capacidade de atuação do Idiarn e da Emparn será uma das metas do nosso governo. Com isso reforçaremos a capacidade do Estado de atuar na pesquisa, assistência técnica, extensão rural e defesa sanitária como importantes elos de consolidação de um projeto de desenvolvimento e inclusão social das populações rurais. Daremos ainda efetividade ao funcionamento das seguintes Câmaras Técnicas Setoriais: mandioca, leite e derivados; pesca, aquicultura e carcinicultura; biocombustíveis; mel e derivados. Outras ações específicas vinculadas à desoneração da produção e aquisição de equipamentos também serão prioridades.

Simone Dutra - PSTU
Apesar da agricultura familiar responder por um terço da produção de alimentos e de produtos agropecuários voltados para o mercado interno, estes ocupam apenas 32% da área total de terras no Estado. O restante das propriedades rurais, 15%, é de agricultura não familiar com predomínio de monoculturas e fruticultura irrigada para exportação e 68% de latifúndio improdutivo. Esta situação revela que os governantes não resolveram o problema da concentração de terra. Em 2009, Lula destinou R$ 100 bilhões para 300 empresas do agronegócio e apenas R$ 11 bilhões para a agricultura familiar e a reforma agrária. No RN, em 2009, o Governo isentou o agronegócio de pagar R$ 42 milhões em impostos, enquanto duas mil famílias acampadas à beira das estradas vivem em péssimas condições de vida e 44,2% estão em pobreza absoluta. O PSTU defende a reforma agrária; fim da isenção fiscal e financiamento estatal para o agronegócio; financiamento do pequeno agricultor e estímulo às cooperativas camponesas de produção; implantação de redes de irrigação; fortalecimento do mercado interno de alimentos; apoio tecnológico; dotar o meio rural de equipamentos básicos de saúde, escolas, moradias, saneamento básico, estradas e políticas de proteção ambiental.
http://tribunadonorte.com.br/

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