quinta-feira, 3 de abril de 2014

ANO DE ELEIÇÃO

Pois num é que já chegou
 Mais um ano de eleição
 Tempo de ver candidato
 Apertando sua mão
 Falando sua linguagem
 Mostrando camaradagem
 Lhe chamando de irmão.

Passando na sua rua
 Como se morasse lá
 Entra na sua casa
 Senta no chão sem limpar
 Lhe escuta com atenção
 Come até do seu feijão
 Promete que vai voltar.

Não pode ver um menino
 Que bota logo no braço
 Fala com rico e com pobre
 Desdobra todo embaraço
 De qualquer um, é padrinho
 Vai tentando com jeitinho
 Pegar seu voto no laço.

É santinho, adesivo,
 Camisetas e bandeiras,
 Boné, caneta e cartaz
 Chaveiros e até carteiras
 Promete o mundo e o fundo
 Reza até pra São Raimundo
 Padroeiro das parteiras.

Pra tentar lhe agradar
 Usa controle remoto
 Se o assunto é religião
 De todo santo é devoto
 De pai-de-santo a irmão
 Ateu, budista, cristão
 Só não quer perder o voto.

Não tem nenhuma vergonha
 De dizer "vote em mim!"
 Todo ano de eleição
 A coisa é mesmo assim
 Mais depois que elege
 De santo, vira herege
 De tão bom, vira ruim.

Esquece seu endereço
 Seu nome e sua cara
 Atende no gabinete
 Onde estar é coisa rara
 Quando está, diz que não tá
 Manda você se lascar
 E ainda culpa a secretária.

É por isso que alerto
 E guarde no coração
 Valorize o seu voto
 Neste ano de eleição
 Fazendo a coisa certa
 Minha gente, fique esperta!
 Seu voto vale um milhão.

Pense o trabalho que tem
 O eleitor pra votar
 Sai de casa logo cedo
 Para não se atrasar
 Decora número e nome
 As vezes fica com fome
 Numa fila de lascar.

Não aceite o engodo
 De cargo comissionado
 Que só dura quatro anos
 E quando não é trocado
 Não queira feira ou tijolo
 Mostre que você tem miolo
 Que eleitor não é tapado.

Seja um bom cidadão
 Exerça a cidadania
 Trate bem os candidatos
 Vote certo e com alegria
 Assim eles vão notar
 Que, na hora de votar
 O respeito tem valia.
MILTON DUARTE

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