quarta-feira, 17 de abril de 2013

POESIA: O BOI, A SECA E A VAQUEJADA

 
 (Foto: Google Imagens)
O Poeta Fernando Marques nos enviou mais um dos seus belos trabalhos. Trata-se de uma poesia que fala sobre os aspectos que caracterizam a nossa região. Confira:

O BOI, A SECA E A VAQUEJADA

A seca está terrível
Como podemos notar
Não tem pasto, não tem água
Para o gado sustentar
E ainda fazem festa
Com boi magro a derrubar

Vaqueiro ruim é este
Que só pensa em farrear
Nem se lembra do rebanho
Que precisa alimentar
Exibi pra mulherada
Seu dinheiro pra gastar

Eu não consigo entender
Como uma festa de gado
Poderia acontecer
Sem ter chuva no cercado
E um boi magro com fome
Ainda ser derrubado

Dár uma dor no meu peito
Quando vejo um boi caído
Um cabra aguando chão
Que parece ter chovido
O vaqueiro ruim vibrando
E o boi dando um gemido

Em Mossoró ontem houve
Uma grande vaquejada
Nem parece que tem seca,
Nem gado morto na estrada
Fazenda que age assim
Merece ser castigada

O vaqueiro em seu cavalo
Gordo bonito, possante
Contra um sofrido boi
De uma seca causticante
Ainda exibe o troféu
Num ato deselegante!

Covardia, covardia
Vaqueiro não faz assim
Vaqueiro trata do gado
Com soja, sorgo e capim
Medica seus animais
E não quer ver o seu fim!


(Autor-Fernando Marques-Caraúbas 14/04/2012)

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