quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

A VIDA DISTANTE DO SERTÃO.

NÃO CONSIGO JAMAIS ME ACOSTUMAR COM A VIDA DISTANTE DO SERTÃO.
Sou de origem matuta, mas um dia,
Precisei me mudar pra zona urbana,
Pois a seca cruel forte e tirana,
Expulsou-me da minha freguesia,
Não pensava em deixar e nem queria,
Ir embora pra outra região,
Mas o caso ficou sem solução,
E eu fui obrigado a me mudar,
Não consigo jamais me acostumar
Com a vida distante do sertão.

No sertão eu estava acostumado
Acordar com o galo de campina,
Hoje é com o barulho da buzina,
Que me acordo tristonho e desolado,
O ar puro do campo foi trocado,
Por um ar que só tem poluição,
E por mais que eu tente sei que não,
Na tal urbe irei me adaptar,
Não consigo jamais me acostumar
Com a vida distante do sertão.

Na casinha de taipa em que eu morava
Mesmo pobre e singela, era meu porto,
Hoje a casa que moro tem conforto,
Mas conforto pra mim não precisava,
Era do meu ranchinho que eu gostava,
E sentia prazer no coração,
Onde habito é quase uma mansão,
Mas não sinto prazer nesse lugar,
Não consigo jamais me acostumar
Com a vida distante do sertão.

O local onde sou bem empregado
Tem de sobra o luxo e a vaidade;
Mas, sentia bem mais felicidade,
Na cocheira lutando com o gado,
Preferia cuidar do meu roçado,
Cultivando arroz, milho e feijão,
Do que está exercendo essa função,
Que pratico, mas faço sem gostar,
Não consigo jamais me acostumar
Com a vida distante do sertão.
Carlos Aires

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