Debulhando feijão e botando a
prosa em dia...!
PEÇO PARA MEUS MIOLOS
O DOM DA INSPIRAÇÃO
PARA QUE EU POSSA FALAR
DA DEBULHA NO SERTÃO
QUE A NEGADA EXECUTAVA
DE FEIJÃO OU DE FAVA
TUDO FEITO ALI NA MÃO
AO CHEGAR DO ROÇADO
COM UM SEIO DE FEIJÃO
A VIZINHANÇA SE REUNIA
TUDO SENTADO NO CHÃO
O FEIJÃO A DEBULHAR
DE FRENTE A PROSEAR
NO CLARO DO LAMPIÃO
HOMEM, MULHER E MENINO
JOVENS E ATÉ ANSIÃO
FAZIAM A DEBULHA
NO CALOR DO FEIJÃO
ATÉ DE MADRUGADA
COM AS MÃOS ESBUGALHADA
TENDO COUCEIRA OU NÃO
DE VEZ ENQUANTO UM CAFÉ
CUSCUZ DE MILHO NOVO
PARA DEIXAR BEM FORTE
TODO AQUELE POVO
PARA ACALMAR A QUENTURA
ÁGUA COM RAPADURA
E MUITA FAROFA DE OVO
NÃO PODIA FALTAR TAMBÉM
UM GOLE DE AGUARDENTE
QUEM GOSTAVA DA BICHA
FICAVA LOGO CONTENTE
ATRÁS DE NAMORAR
COM AS MOÇAS DO LUGAR
QUE FOSSE MAIS ATRAENTE
A MULHERES NUM CANTO
COMO SEMPRE A FOFOCAR
FALANDO DA VIDA ALHEIA
DO POVO DO LUGAR
DO CORNO, DO CACHACEIRO
DA QUENGA, DO PISTOLEIRO
ELAS BOTAVAM PRA LASCAR
NUM OUTRO CANTO OS HOMENS
FALANDO DA PLANTAÇÃO
COMO FOI A COLHEITA
DE BATATA, MILHO E FEIJÃO
FALANDO DO GADO GORDO
DO PLANTIO DO SORDO
PRA QUANDO CHEGAR O VERÃO
JÁ A MOLECADA
GOSTAVA ERA DA MERENDA
FAZIA MUITA FOFOCA
NO ALPENDRE DA FAZENDA
NÃO DEBULHAVA NADA
POR SER MUITO LEVADA
NÃO DAVA NENHUMA RENDA
TEMPOS QUE NÃO VOLTAM MAIS
ONDE O POVO SE REUNIA
NUMA CASA DE FAZENDA
ATÉ AMANHECER O DIA
ERA FESTA NO SERTÃO
COM MUITA ANIMAÇÃO
PARECE ATÉ IRONIA
HOJE NÃO VEMOS MAIS
PELA VIOLÊNCIA CONTUMAZ
DO NOSSO DIA A DIA
HOJE SINTO SAUDADES
DO MEU TEMPO DE MENINO
GOSTAVA DA DEBULHA
COMO UM BOM NORDESTINO
NA LUZ DO CANDEEIRO
EU ERA SEMPRE O PRIMEIRO
A CHEGAR NO DESTINO
NA DEBULHA DE FEIJÃO
TAVA LÁ O JATÃO
AINDA PEQUENINO
TEXTO: JATÃO VAQUEIRO
HOMEM, MULHER E MENINO
JOVENS E ATÉ ANSIÃO
FAZIAM A DEBULHA
NO CALOR DO FEIJÃO
ATÉ DE MADRUGADA
COM AS MÃOS ESBUGALHADA
TENDO COUCEIRA OU NÃO
DE VEZ ENQUANTO UM CAFÉ
CUSCUZ DE MILHO NOVO
PARA DEIXAR BEM FORTE
TODO AQUELE POVO
PARA ACALMAR A QUENTURA
ÁGUA COM RAPADURA
E MUITA FAROFA DE OVO
NÃO PODIA FALTAR TAMBÉM
UM GOLE DE AGUARDENTE
QUEM GOSTAVA DA BICHA
FICAVA LOGO CONTENTE
ATRÁS DE NAMORAR
COM AS MOÇAS DO LUGAR
QUE FOSSE MAIS ATRAENTE
A MULHERES NUM CANTO
COMO SEMPRE A FOFOCAR
FALANDO DA VIDA ALHEIA
DO POVO DO LUGAR
DO CORNO, DO CACHACEIRO
DA QUENGA, DO PISTOLEIRO
ELAS BOTAVAM PRA LASCAR
NUM OUTRO CANTO OS HOMENS
FALANDO DA PLANTAÇÃO
COMO FOI A COLHEITA
DE BATATA, MILHO E FEIJÃO
FALANDO DO GADO GORDO
DO PLANTIO DO SORDO
PRA QUANDO CHEGAR O VERÃO
JÁ A MOLECADA
GOSTAVA ERA DA MERENDA
FAZIA MUITA FOFOCA
NO ALPENDRE DA FAZENDA
NÃO DEBULHAVA NADA
POR SER MUITO LEVADA
NÃO DAVA NENHUMA RENDA
TEMPOS QUE NÃO VOLTAM MAIS
ONDE O POVO SE REUNIA
NUMA CASA DE FAZENDA
ATÉ AMANHECER O DIA
ERA FESTA NO SERTÃO
COM MUITA ANIMAÇÃO
PARECE ATÉ IRONIA
HOJE NÃO VEMOS MAIS
PELA VIOLÊNCIA CONTUMAZ
DO NOSSO DIA A DIA
HOJE SINTO SAUDADES
DO MEU TEMPO DE MENINO
GOSTAVA DA DEBULHA
COMO UM BOM NORDESTINO
NA LUZ DO CANDEEIRO
EU ERA SEMPRE O PRIMEIRO
A CHEGAR NO DESTINO
NA DEBULHA DE FEIJÃO
TAVA LÁ O JATÃO
AINDA PEQUENINO
TEXTO: JATÃO VAQUEIRO
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